Hoje eu acordei com o laranja do sol colorindo o meu quarto, esse laranja preguiçoso do sol quando ainda não se deu conta que é dia, é logo, é agora, Vamos Embora, Siga a Luz meu Amor. Ele refletiu na água e no azul do meu copo que estava na escrivaninha, logo era verde-instável o reflexo que anunciava o dia pela janela do meu apartamento. O rádio-relógio tocava Chico Buarque, um bom sinal, raro o dia em que eu acordo e já te vejo sumir por aí, e nesse embalo olhei do alto o vão que é a minha cidade. Não tinha compromissos importantes pela manhã, apenas um DVD a minha disposição, “Goya” era o título do filme, Carlos Saura era o diretor e duas horas depois o meu mundo era todo vermelho, minhas unhas vermelhas, minha cara vermelha, as tais cores de Almodóvar são desbotadas perto da vivacidade do Saura. Saí apartamento toda vermelha de paixão, desci pelo elevador vermelha de vergonha da presença alheia masculina invasiva, secando o que não pode, querendo o que não pede, não sabe pedir. Saí na rua e a rua vermelha, mais negra que vermelha, blues todos os negros, eu também negra, pelo menos bastante na alma, também um pouco na pele,culpa desse sol enganador, completamente verde nos olhos, os mesmo verde-instável que estava no meu quarto pela manhã. O que fiz o resto do meu dia até o sol se por foi cinza, um cinza feio, cinza futuro negro de filme de ficção científica, cores lavadas, camisas mal lavadas, olhos negros em brancos sem o menor blues. A noite começou a se apresentar como a seda azul do papel que envolve a maçã, e eu saudava a noite, buongiorno, notte, e a cidade me respondeu amarela, amarelo-luz-de-poste, amarelo-farol-de-carro, ô amarelinho irritante! Já planejava na minha mente quanto tempo eu demoraria daqui até Petrópolis, onde eu acho o verde-vivo do mato na noite, tão vivo quanto barulhento. Fui pega de surpresa por um amarelo-cevada, amarelo-lúpulo,a amarelo-água, amarelo-boemia, amarelo bom, muito bom, pronto, deixa Petrópolis pra lá menina, vamos beber, vamos nos beber inteiros, de adeus a sua Las Vegas imaginária e não chore menina que só cerveja é pouco, mas mais que cerveja e demais. Vejo outros cantarem que são atlântica dor plantada no lado sul, de um planeta que ver e que é visto azul, e não faço a menor idéia que música é essa, não sou dicionário, isso é coisa de ministro, não de secretária. Tenho sono, quero a minha cama e seu lençol rosa-menina-do-interior. Na cama penso em todas as cores do meu dia, penso na minha intromissão não autorizada no blog, penso no texto que tenho que publicar, penso nos favores que a gente cobra e deve e já na beira dos sonhos me vem aquela frase, ai, o tio vai me matar!
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
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12 comentários:
Xiii, tô sentindo cheiro de idílio no ar. E tem dedo do Tio Vinix nessa também...
Medo.
fiquei com cor de burro quando foje, macaco matado à tapa.
eu me divirto demais com vocês!
se eu soubesse como deixar uma mulher tão colorida assim, não estava no deserto
Ô dó do tio! Tãããão indefeso e misantropo, hahahahahaha.
Semana do "chuta macho"! Q coisa... ate parece que é legal falar mal de homem viu! tsc tsc
tantaprosa virou tantas cores...ó lá vinix...ó lá.
Ahá, acabo de descobrir quem é o tal crítico machista do post de sábado!!! Ministro Puskas se disfarçando de plebeu, tsc, tsc, tsc.
Esse blogue tá virando samba de criolo doido, todo mundo trocando de pele.
Beijocas pra todos.
Troca-troca, vinix colorindo as coisas...
Hahahaha fui eu mesmo! Mas nao pretendo trocar de nome não, podem ficar tranquilos :p
puta como vcs são chatos
Ah, Vinix, podemos ser chatos mas você gosta da gente mesmo assim!
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