Inaugurando o mês dos feriados, vou retomar meu ultimo post, tentando citar alguns exemplos que possam explicar melhor a idéia de “Era Neoliberal”. Primeiro de tudo, o que se entende por neoliberalismo? Após grandes inflações numa época conhecida como “welfare state”, ou estado de bem estar social, começa um movimento de ordem liberal (diferente do modelo de fins do século XIX), que acaba gerando maior liberdade de atuação das empresas, sem interferência do Estado (salvo em raros casos que impeçam a formação de monopólios nocivos à economia), acreditando-se numa concorrência saudável à sociedade, cuja melhor empresa e o melhor produto sairiam “vitoriosos” naturalmente, com base na consciência critica das pessoas. Pois bem, os passos para se alcançar essa base econômica eu apontei no post de agosto intitulado Repudio à Direita Golpista; já as conseqüências estamos vivendo aos poucos, mas o que se pode detectar é a mercantilização e criação de produtos subjetivos e virtuais, necessários para se aplacar a sede de compra e venda de uma sociedade fetichista e dependente de objetos cada vez mais inúteis. Essa mercantilização pode ser percebida na política, por exemplo, onde há transformação do humano em objeto, dando lhe valores absolutos que podem ser adquiridos por quem tem “poder”. No mundo em que “quem tem, pode”, percebemos uma intensificação do individualismo por conta do consumo desenfreado, para a conquista de posições sociais representadas na posse de bens. A busca por soluções dos problemas que assolam o planeta também é dirigida pela lógica de mercado. A degradação ambiental pode ser comercializada através de créditos de carbono, os carros podem se tornar “ecológicos”, a exploração de territórios miseráveis torna-se legalizada através de um discurso de ajuda (o prêmio Nobel do ano passado foi justamente um projeto de miro crédito para populações de Bangladesh). Veja que não é uma teoria cuja economia se sobrepõe a outros aspectos da sociedade. É uma teoria que vê o neoliberalismo como algo além da economia, maior do que um modelo, e sim como um Sistema, que regula a sociedade política, econômica e culturalmente. Já posso até visualizar o livro de minha tese de doutorado: “Estados Unidos e Brasil na crise do sistema neoliberal”. Fernando Novais morreria de inveja! rsrs
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Neoliberal Style 2 – O Retorno
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Um comentário:
huahua - tem as obras que servem de "referência" e essa do Fernando Novais. Só falta o Neoliberalismo entrar em crise...
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