sexta-feira, 26 de outubro de 2007

NA TELA: Sexta Literária virou cinema. A trama Fascistóide chega arrepiando no morro do Tantaprosa


No meio de confusões de membros do Tanta Prosa e num momento de instabilidade por falta de gardenal na cabeça de certas pessoas, venho por meio desta comunicar que o Czar Vermelho com uma suástica no peito e com crachá de EL Capitão Nascimento chega no pedaço. Depois todos verão que isso tudo não passa de um grande carnaval, a festa da carne. !
Que a Sexta- Feira é Literária, isso todos nós já sabemos. Ao ver o filme "Tropa de Elite" não podemos nos esquecer do livro "Elite da Tropa", onde todo o relato começou.
Como não fiz a leitura do livro, mas vi o filme faço um Ctrl C + Ctrl V na resenha do livro indicado pelo submarino.com.br:

"Na primeira parte do livro, concentram-se relatos impressionantes sobre o cotidiano dos policiais de elite. Na segunda, um dos nossos personagens seguirá numa trama envolvendo autoridades de segurança, traficantes, políticos e policiais - uma rede que tece alianças improváveis entre os vários atores deste cenário.Depois de cavalgar 100 quilômetros, sem arreio e sem descanso, mortos de fome e sede, eles têm licença para um descanso brevíssimo até que alguém anuncie que a comida está servida - sobre a lona, onde o grupo exaurido vai se debruçar para comer tudo o que conseguir, com as mãos, em dois minutos.Esta é apenas uma das etapas de treinamento da tropa de elite da polícia. Eles obedecem a regras estritas, as leis da guerrilha urbana. Na dúvida, mate. Não corra, não morra. Máquinas de guerra, eles foram treinados para ser a melhor tropa urbana do mundo, um grupo pequeno e fechado de homens atuando com força máxima e devastadora."Elite da Tropa" é o primeiro livro, no Brasil, a mostrar este lado desconhecido do combate diário, nas grandes cidades - o ponto de vista do policial, seus hábitos, medos e desafios. "

Ao ver o filme criei um relato após quase uma semana pensando nos efeitos deste sobre a sociedade. Peço licença ao Tio Vinix depressivo ministro das investidas psiquiátricas para falar um pouco mais do enredo do filme e criticar a cena poética em que este se encontra vendo a ficção participando da realidade e fazendo parte do inconsciente coletivo de toda essa gente brasileira.
Após assistir ao filme "Tropa de Elite", uma análise fria era necessária ser feita. Acreditar na conversa do Dimenstein na Folha de São Paulo do domingo passado seria uma grande inocência. O Jornalista esclarece que o filme tem o intuito de evidenciar o financiamento do tráfico pelos usuários como se atrocidades do BOPE fossem normais.
Matar ou morrer para o Capitão Nascimento e seus seguidores era uma questão de sobrevivência de acordo com o que percebemos no filme. Fica evidente o ponto de vista do BOPE sobre o tráfico, corrupção e sobre a vida no morro da Babilônia no RJ.
Cenas de Corrupção de PMs do RJ em pena luz do dia e diversas falcatruas desta PM, que de acordo com o filme deve bater continência ao BOPE, eleva a tropa de elite a um patamar superior ao da PM.
Trata-se de um filme com cenas romantizadas, como no filme "O Resgate do Soldado Ryan" quando um batalhão resgata um soldado no meio de tantas adversidades, combatendo inimigos e matando geral, a diferença é que o conflito final do filme "Tropa de Elite" acontece em cima de uma laje na favela do morro da Babilônia por um "herói" do BOPE.
Violência gera violência. Acredita você que dessas cópias piratas algumas já não chegaram as mãos dos traficantes mais procurados do país? De duas uma: Ou estão se divertindo com o ar "quase" Hollywoodiano do filme ou estão se armando até os dentes, com mais receio do BOPE do que nunca , preparando um mega ataque do crime.
A reação de algumas pessoas me faz pensar da importância deste filme neste momento atual no Brasil.
Os risos eram estridentes por boa parte dos espectadores que acompanhavam o filme na sessão das 21.45h de um domingo em um dos mais movimentados cinemas da zona sul de São Paulo, quando a tortura tomava conta da tela.
Escutei algumas pessoas dizendo numa conversa de ônibus que no RJ estavam aplaudindo o filme quando o BOPE entrava em ação. Imagine você? As pessoas levantando-se de suas cadeiras e medindo palmas ao capitão Nascimento quando faz pau-de-arara em um muleque do morro ou enfia o saco plástico na cabeça de outro.
Quanto às crianças, ocorreu o inusitado e ficou evidente para onde estamos caminhando. Hoje perguntei à 5ªsérie (Ensino Fundamental), se por acaso alguém tinha assistido ao filme "Tropa de Elite". Assustei-me com o número: 17 crianças numa sala de 35 já tinham assistido às cenas de barbárie, meu papel deveria ser importante então naquela sala...percebi que uma discussão deveria ser feita com toda atenção e cuidado para fazer aquelas crianças de 11 anos pensarem sobre a realidade brasileira.
Os valores realmente invertiam-se: "Os policias tinham razão professor, eles estavam vingando a morte de um parceiro, é assim mesmo que deve fazer..."
Matar ou morrer tinha peso igual para aquelas crianças. Mais escola, menos presídio...Sim! Talvez essa fosse a primeira saída.
Mais educadores dentro de casa seria necessário, mais pessoas que resolvessem assumir a responsabilidade de se ter um filho e educá-los de fato, para que estes mantenham a cabeça aberta para as questões da realidade. O valor à vida deve ser resgatado. As crianças devem saber disso. Deveriam saber. Os pais das crianças é que deveriam saber e providenciar este encontro das crianças com o valoração da vida. A culpa ainda fica na costas das autoridades e do professor que não ensinou direito a tal intelectualidade e o tal censo crítico que deveria começar dentro da sala da própria casa, o fato de saber pensar nas coisas e discutir e aprender a ver o que é certo e o que é errado. Logo, a culpa passa a ser do filme? Minha nossa...o pai não discute o filme com o filho e o cineasta ainda é culpado? Ainda não sei disso...Mas a verdade é que violência gera violência, isso é fato. A inversão dos valores transparece e me entristece profundamente.
É necessário que discutamos muito essas questões afinal o momento é esse. Cutucados ou não...Abraçemos a Elite da Tropa ou a Tropa de Elite e vamos colocá-la sobre nossas cabeças para recuperar outros relógios de ouro de lucianos? O povo pobre e que cheira a povo e sorri como povo só quer dançar funk? O Pão e Circo toma conta do Brasil mais uma vez e o BOPE do morro do RJ. E os moradores da favela?...Ah isso é uma outra história, fica pra depois...Dá trabalho, dizia um governante conhecido nosso...O Povo dá muito trabalho e fede.



6 comentários:

Secretária Célia disse...

A-D-O-R-E-I!!!!!!!

Acho que você tem toda a razão, Ivan. A burguezada aplaude e vibra quando o Assassino Nascimento entra am ação no Shopping Barra, enquanto a gente paga pedágio pra policia no Estácio. Triste, muito tiste.

Tatu disse...

olá célia,

você é o vinix?

um bjo caso não seja.

Anônimo disse...

Gostei muito das tuas considerações sobre o filme e sobre a reação das pessoas com relação às cenas de violência do BOPE.
Eu também ouvi alguns comentários que me deixaram indignada...
O Povo pode até feder e dar trabalho, mas nós também fazemos parte dele e isso nos faz pensar muita coisa, ao menos eu penso.Principalmente que eu posso fazer alguma diferença nesse modo de pensar que tanto me indigna.

Secretária Célia disse...

Eu sou eu, amore.
1 bacio pra vc tb, Ivan.

Secretária Célia disse...

Eu sou eu, amore.
1 bacio pra vc tb, Ivan.

Carol M. disse...

É mais ou menos por aí, Ivanito, mas não acho que o filme em si seja fascista não, cara, o problema é a leitura que o pessoal anda fazendo dele!