quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Quarta MeiaEntrada - Vestibular Stephen King




O Ministro Puskas me ajudou nesses últimos dias, pra que eu pudesse escrever o post de hoje, me levando pra ver "1408" no cinema. Um bom filme, uma boa adaptação de um conto do Stephen King, uma coisa cada vez mais rara hoje em dia, porque o Tio Stephen é uns dos autores mais adaptados pra cinema, pudera, é também um dos mais prolíficos, o que gera por consequência o fato de ele escrever boas e más histórias. Por isso acho que deveria ser instituído para cineastas que querem seguir no ramo do cinema de Suspense/Terror o "Vestibular Stephen King", que consistiria no seguinte: O cara pega um livro qualquer do Tio Stephen e adapta pro cinema ou pra TV mesmo. Se o resultado for bom, tá aprovado, pode fazer o que quiser depois. Se não, esquece, é MULEKE (já diria o famigerado capitão Nascimento). Exemplos pra justificar esse vestibular não faltam, e que fique bem claro: Vale tudo na hora de adaptar, mesmo porque o Tio Stephen não tem lá um dos melhores gostos pra avaliar suas próprias obras no cinema. Digo isso porque numa entrevista publicada no Caderno Mais! da Folha ele disse que a melhor versão cinematográfica de um livro seu havia sido "Cujo" (história de um São Bernardo endemoniado que resolve inexplicavelmente atacar uma mãe e seu filho até o fim, ou seja, até um deles morrer) do desconhecido Lewis Teague. Esse aí pra mim não passou. O Mesmo King nessa mesma entrevista diz ter ficado putíssimo(não com essas palavras né?) com o Stanley Kubrick, porque ele alterou pelo menos 60% do que estava no livro "The Shining" ao fazer "O Iluminado". Só que o filme ficou bom pra caralho, pra mim um dos melhores do genero. Aprovado. A tática perfeita então seria mexer até não poder mais nos livros do cara? Não, e a prova se deu 4 anos antes do lançamento de "O Iluminado" e veio se ratificar 3 anos depois. Em 1976, um ainda jovem Brian de Palma adaptou um livro de King quase que letra por letra para o cinema. O resultado foi "Carrie, a estranha", outro clássico absoluto do Terror. Aprovado. Um outro diretor (esse na época já em busca de reconhecimento) acabou fechando com o próprio King como co-roteirista pra adaptar sua obra. O resultado dessa vez foi "A Hora da Zona Morta", 1983, de David Cronenberg. Aprovadíssimo. Mas, mais méritos que esses citados até aqui merece um dos poucos diretores que podem ser chamados de "Mestre" com todo o respeito que a palavra implica: John Carpenter, aquele que ousou pegar um livro do King que tratava de uma carro assassino e o transformou numa metáfora sobre a irracionalidade do ser humano ao se dedicar mais aos objetos inanimados do que ao próximo, a obsessão pelo bem(coisa) -"Christine: O carro Assassino"- Genial. Até mesmo o meloso Rob Reiner soube como se sair bem nesse Vestibular com o excelente "Conta Comigo" e sua filosofia sobre o que seria o Pateta (afinal de contas o Pluto é o cachorro, o Donald pato, o Mickey rato...), fora a memorável cena das Sanguessugas. Depois ele (Reiner) provaria de novo que é bom com "Louca Obsessão", contando com uma atuação primorosa da Kathy Bates. Outro aprovado. Méritos também para Mary Lambert, que conseguiu pelo menos não estragar "Cemitério Maldito", o melhor livro de King, e para Tommy Lee Wallace, que segurou a onda de um livro com um final péssimo (finais péssimos também podem ser considerados quase que característica de uma fase do Stephen King), o filme foi "It".
Pra não dizer que não falei dos não aprovados, só deixo pra vocês a listinha de filmes dispensáveis: O apanhador de sonhos, Rose red, A tempestade do século, Montado na bala, As vezes eles voltam, Fenda no espaço,Janela secreta, A espera de uma milagre(EU TAMBÉM ESPEREI... 3 HORAS...) e por aí vai...
Conclusão: Stephen King é pra mim um mistério. Vocês que façam o Vestibular e me contem.

PS: To caindo de sono. Talvez vocês encontrem um montão de erros nesse texto. É só avisar que o Tio corrige tá? Ah, e menção honrosa pra "Trocas Macabras". O filme não é bom, mas é umas das melhores e mais originais histórias de terror que eu já vi, creio que o méritos sejam nesse caso muito mais do Stephen King do que do diretor.

6 comentários:

salvaterra disse...

Olha o meu G-reader já funcionando... hahá!!!

cara. eu quero muito dar risada só de lembrar do apanhador de sonhos. louca obsessão, porém, é um dos filmes de que mais gostei (contando com o conta comigo).

tu vai ter que explicar mais e melhor esse escrevinhador, tio vinix. é difícil de acreditar nele.

Elton disse...

Sou um analfabeto em matéria de Stephen King, mas é um belo texto o seu, Vinistro.

Ministro Puskas disse...

Mas ele nao falou quase nada do filme!!! rsrs
Conforme lembro de nossas conversas saindo do Higienopolis, o filme foi bom... superou a espectativa ruim que temos com os finais dos filmes do tio Stephen e ainda causou o terror em boas horas... eu aprovo!

Julia disse...

Eu sou medrosa, esse é definitivamente um filme que eu não vou ver.

Agora, adoro Carrie - A Estranha, bom mesmo, e o Iluminado é um dos meus filmes favoritos, destaque pra atuação do Jack Nicholson.

E sobre 1408, qual é a história? Sou mesmo ignorante sobre o Tio Steven, nunca li nenhum livro nem nada, só vi filmes baseados no que ele escreve...

Julia disse...

Ops, Stephen, acho que escrevi errado... Odeio escrever errado...

Carol M. disse...

Dá-lhe senhor King! Eu curto algumas adaptações cinematográficas que fazem dos livros dele, mas detesto outras. 'O apanhador de sonhos' é uma das coisas mais imbecis que já vi e olha que adoro o Morgan Freeman.

Beijos, Tio.