Parafraseando o locutor Cléber Machado, o caderno Mais! da Folha de S.Paulo teve um momento de muita felicidade em sua edição de 12 de agosto deste ano. Explorando a repercussão do “caso Rycharlison”, desde o título, passando pela foto da capa até as entrevistas com pesquisadores sobre o assunto, pudemos ver como o futebol pode servir tanto de objeto de pesquisa acadêmica séria como uma janela para a nossa sociedade. O título do caderno, “O Sexo da Bola”, nos remete à discussão sobre o “sexo dos anjos”, ou seja, até que ponto o futebol tem um sexo e uma orientação sexual definidas. As recentes “ameaças” a esse esporte pra macho (quem nunca ouviu essa frase?), encarnadas na possibilidade de um jogador assumir sua homossexualidade, no show de bola que o futebol feminino deu nos jogos pan-americanos e na ascensão e queda da auxiliar Ana Paula Oliveira, inserem-se num quadro de mudanças sociais mais amplas: o das conquistas de direitos do movimento GLBT e das mulheres. A foto da capa do caderno, em que o jogador Rycharlison comemora o que só poder ser um gol, dado o regozijo com que o faz, fala diretamente sobre o caráter prazeroso da prática esportiva e, no caso do futebol, de seu momento de clímax: o gol. O conteúdo do caderno baseou-se em duas excelentes entrevistas. Com o psicanalista Tales Ab’Saber e o historiador medievalista e também estudioso do futebol Hilário Franco Jr. Comentando a declaração do juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, de que "o futebol é jogo viril, varonil, não homossexual”, Tales Ab’Saber foi taxativo e na mosca: “a Justiça do macropoder e sua razão grotesca, que não condena homens brancos, ricos, católicos e homofóbicos, continua intocada e impune no Brasil .” Já Hilário Franco Jr. aponta para a possibilidade de análise do futebol sob diversos campos acadêmicos, como sociológico, antropológico, religioso, psicológico e lingüístico, mas que não possui muitos pesquisadores interessados nele. Como estou acabando meu curso de graduação em história e sou fã do futebol, vou considerá-lo com um sério candidato a um projeto de mestrado. Já pensou ser obrigado assistir a um Barcelona x Arsenal por conta de um trabalho acadêmico, em pleno Camp Nou? Ah, que chato.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
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3 comentários:
Eu preferiria fazer esse estudo num Santos X Boca na final da libertadores.
ana paula, meu amor levantai a bandeirola do meu time do coração...(ficou boa demais)
assim sendo elton, rycharlyson seria uma espécie de capitu do futebol?
uns acham uma coisa outros outra...
pensei em assistir um jogo do tricolor e acompnhar o tal jogador para analisar o caso, seila não sou bom de medir isso. sem contar que o vampeta já dizia
"se ele quiser dar aí já não é problema meu"
mas afinal o richa é
um estilo mormaço, não parece mais queima?
nunca se esqueçam que a iniciação sexual do rei pelé foi com um viado gândula da vila belmiro que dava pro time todo. (palavras do próprio rei), esse negócio de bissexualidade homo etc etc...já tão falando científicamente que é a moda do novo milênio dá pra crer? só dando pra crer...vixi..
Foi infeliz o juíz do caso richarlisson!
É Camp Nou é...
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