Nada como uma desgraça para catapultar carreiras e ganhar dinheiro. Com o espírito do Pan, a mídia sangrenta contava os corpos através de matérias como “Já passam de 190 as vitimas” ou “Já temos o maior desastre aéreo da América Latina”. O povo em choque se perguntava: o que será de Congonhas? Enquanto o pessoal da ponte aérea esbravejava ter que pegar um táxi até Cumbica. Veja bem, existe problema maior do que sair de minha residência na zona sul e demorar 45 minutos até Guarulhos, só para pegar um vôo pro Rio de meia hora? Isso é uma pouca vergonha! Estão acabando com o shopping mais importante da capital! Marchas para família saem às ruas para protestar! O governo, pego batendo a mão no saleiro, age rapidamente, caçando cabeças e nomeando amigos para investigar o que aconteceu. Mais uma vez diversos cargos são distribuídos para o bom funcionamento do país. Mais uma ciranda parlamentar. Trocam-se os que tiveram a infelicidade de estar num cargo onde a bomba estourou. Afinal, o dever de quem assume cargo político é um só: manter as coisas calmas. Faça o que quiser, desde que a poeira não levante. Num circo onde leões e hienas convivem mutuamente, vira e mexe o tapete é puxado de um lado pro outro. O lado humano do acidente é esquecido; o importante é o quanto se vai gastar para disponibilizar transportes de Congonhas à Cumbica, quanto vai gastar pra se chegar a Campinas... quanto, quanto? Quanto tempo e dinheiro? Nas palavras do ex-presidente da Infraero: “Chegou a hora de tomar medidas cautelares e isso pode significar, sim, um aumento de preços para os passageiros, que terão que pagar um pouco mais pela sua segurança" (Folha Online 23/07/2007). Querem segurança? Paguem! Vejo quão bem preparado esse senhor era para ocupar o cargo que sustentava. Num país tecnocrata como o Brasil, a vida está sempre em segundo plano.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
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2 comentários:
delicado como eu seria, só que com texto melhor...
não sei como era o benedito do ex-presidente da infraero no cargo, mas que sua demissão soou como momento bode expiatório soou. que se diga de passagem, gostei é da entrevista do Junqueira, ex-chefe da Cenipa (Centro de Investigações de Acidentes Aeronáuticos) para Folha. Ele explica que pede-se a manutenção de um avião com reverso travado (como foi o caso), mas como a legislação hoje é flexivel libera-se o dito cujo voar dez dias com o problema. Claro que as condições da pista não eram nenhuma maravilha, mas se o avião estivesse melhor..
Agora, este tipo de manutenção, sinto, verdade é que vai mesmo onerar mais as empresas aéreas, ou pensa que tds elas são santas e não pousam de jeito nenhum em pista molhada. Só tomaram esta atitude dps do acidente. A verdade é que as empresas só pensam na grana msm!
ehhhhhh... e parabéns pelo blog! mt bacana!
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