sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O Darwinismo e os relacionamentos

Ueba, moçada! Vocês já perceberam que o Tantaprosa é um reduto essencialmente masculino, tanto que sobra testosterona por aqui. Dessa forma, para conferir um certo glamour às cuecas dos meninos, todas as terças-feiras o post vai ser pink, hahahá! Como já diria o hit do Léo Áquila: 'se joga, pintosa, põe rosa'.
Honestamente, não sabemos bem do que vamos falar, mas sabemos que será uma visão feminina sobre as questões metafísicas do mundo e outras nem tanto assim, até porque temos um companheiro que manja horrores de xampú e um tatu-bola com modos totalmente Don Juanescos entre os colaboradores desse blogue.
O primeiro post não saiu na última terça, então faremos hoje nossa estréia. Pardon, meninos!
Hoje o tópico é a seleção natural e as relações entre mulheres e homens. Na verdade, tudo começou a partir da nossa cuidadosa observação de um certo acontecimento pra lá de verídico, em um bar de música cubana que freqüentamos assiduamente pra suportar a vida lá fora. Bem, estávamos bailando salsa e cuidando dos nossos quadris como boas chicas espevitadas que somos, quando um homem alto, magro, loiro, de olhos azuis, adentra a pista e tira uma mocinha até bonita, com ares brejeiros, bem brasileira mesmo, pra dançar. Ele com uma cara de gringo! Começaram a salsar e ele não decepcionou: sabia todos os passos direitinho, inclusive os requebrados que deixam os mais machões roxos. Ele segurava a moçoila pela cintura bem juntinho, colou o rosto branquelo no dela e cumpriu o ritual de todos os "inhos" possíveis para um futuro casal. O gringo olhava pra ela hipnotizado e dançavam até lascivamente...Eis que um outro homem, todo de preto, estilo marombado, com jeito de traficante colombiano (muito embora tivesse cara de italiano) surge e fica encostado na parede ao lado na cabine do Estéban, o DJ.
Nessas alturas, o gringo, que já dançava com a moça há mais de meia hora, sussurrou algo no ouvido dela, dirigiu-se à chapelaria e voltou, certamente achando que ela deixaria o lugar com ele. Mas, quando ele volta, surpresa!, a dita cuja estava com uma cerveja na mão, toda derretida, conversando animadamente com o marombado. O gringo olha, chupando dedo. Fica meio sem-graça plantado no meio da pista de dança, esperando algum sinal da parceira. Nessas alturas do campeonato, a moçoila começa a tocar o peito do moreno, dar altas risadas, uns abraços, um tal de jogar o cabelo pra lá e pra cá, xiii, vocês já sabem onde isso vai dar, não é?
Depois de um bom tempo sendo ignorado, o gringo vai até ela e diz que já vai embora. Ela não tá nem aí, faz um "tchau" com a cabeça e continua animadíssima sua conversa com o marombado. O pobre gringo se despede e sai, desolado. A Júlia olhou pra mim, que olhei de volta e ela, decidida, me diz que vai atrás do gringo, tadinho! Tudo bem que era um gringo magrelo, mas ficamos com genuína pena dele ser tão descaradamente ignorado pela moça que ficou pelo menos meia hora se esfregando nele. A Júlia achou que ele precisava de uma ajuda na auto-estima. Eu concordei, apesar de achar uma loucura. O gringo estava no caixa e a Júlia foi pra saída do bar, esperando por ele. Os mojitos fazendo efeito e, disse a Júlia, que quando ele passou por ela, ela disse, sorridente: 'mas já? É cedo!'. E ele retrucou num sotaque carregado: 'um outro dia, quem sabe'.
A Júlia volta pra pista, eu rindo da ousadia dela, olhamos pro lado e lá está a moçoila-que-arrasa-corações-estrangeiros se esfregando num pseudo-merengue com marombado. E em dois segundos, começam aqueles beijos cinematográficos daqueles que você pode até ver o tamanho das papilas gustativas, uns amassos, umas risadinhas e dá-lhe salsa na pista de dança.
Ficamos pensando: pobre do gringo! A gente só sabia que esse ia ser nosso primeiro post, a seleção natural. Nós, cientistas que somos, concluímos que, nesse caso, o macho mais forte (ou o tal macho alfa, como queiram) conseguiu a fêmea disposta a copular- e notem bem que ele não teve nem que se esforçar pra isso. Ela foi atraída como um míssil teleguiado até ele, deixando o gringo literalmente na mão.
Dois pontos importantes que servem pra nossa conclusão científica: o marombado tinha uma suuuuper cara de cafa e o gringo cara de anjo; o marombado, bem, era marombado, o gringo, mais franzino. Fato é, nenhum dos fatores que levaram a mulher a escolher o fortão é garantia de uma boa noite de sexo ou algo que o valha. Na verdade, isso é uma ilusão entre as mulheres. Foi consenso entre as que presenciaram o mundo animal do chaveco que o marombado devia ter o pau pequeno e que a moçoila estaria, sem dúvida nenhuma, melhor com o gringo. Mas é tudo uma questão de aparência. Na natureza, as leoas escolhem o leão mais forte, as sapas escolhem o sapo que inchar e parecer maior, o pavão com as penas maiores sempre se dá bem. Acontece que quem vê pena não vê pau...
*** Queremos esclarecer aqui que nenhuma das duas gosta desses tipinhos com 'mamãe eu sou cafa' escrito em neon vermelho na testa. A gente prefere os mais inteligentes, educados, a la George Constanza mesmo, mas a gente derrapa de vez em quando, fazer o quê? Todas nós já nos permitimos gostar de um canalha (sabendo disso, óbvio) pelo menos uma vez na vida. No final das contas, porém, a gente só quer ser feliz. E vocês, meninos?

9 comentários:

Anônimo disse...

kkkk...só isso que tenho a dizer.
primeiro que atravessaram MEU dia pra falar do marombado, segundo que o texto ficou muito engraçado e bom. parabéns, pode atravessar com textos bons.

e esse negócio de cafa sei não rapaixxx a julita num ixxqueci vai ver.

curti: "um tatu-bola com modos totalmente Don Juanescos entre os colaboradores desse blogue"

eita, mas qual a diferença do don juan para o cafa? preciso de esclarecimentos...

Tatu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tatu disse...

o de cima era eu...ivanito me empolguei e mandei sem identificação.

Tio Vinix disse...

foda...
quanto mais eu vejo o mundo sendo mais do marombados, mais mirrado e estrangeiro me sinto. Se bem que
na verdade o mundo é de vcs, garotas. O que seria desse bando de cueca-mal-lavada se a diversão fosse só ficar cutucando um o texto do outro? Nada como um olhar feminino pra destruir.( seja lá o que for!)
E vcs destróem.

Anônimo disse...

Sou magrelo e com cara de estrangeiro, será que tenho chance?

Julia disse...

Anônimo, tenha primeiro colhões pra se identificar, aí veremos se tem chance...

Anônimo disse...

Poxa! E eu esperando alguma resposta inteligente, desafiadora e acima de tudo estimulante. Recebo um "revele-se" baixo, ameaçador e desestimulante. Em meus anseios pensei em prolongar nosso diálogo secreto, liberando adjetivos sobre você, instigando-a a me conhecer aos poucos, mas tudo se esvaneceu nas palavras "colhões"... uma pena :(

Marcus DIeckmann disse...

Ah! Nada como uma visão simples, superficial e deterministica do mundo.
O bombado que é cafa, o isso que é aquilo ...
Como seria facil se a vida e as situações fossem tão simples.
Quanto gente prestando atenção na vida alheia, e perdendo o tempo que poderia esta cuidando dos proprios problemas.
AH! Viva a mediocridade, os rotulos e preconcitos (no mais literal sentido da palavra, ou não).
Eu que sinceramente esperava mais depois de tanta propaganda de inicio da parte feminina. Mas como dizia o sbio, "A esperança é a fonte de toda a decepção."
Espero que isso tenha sido um breve tropeço no inicio do caminho de voces.

Anônimo disse...

Querido Marcus, ninguém aqui tem pretensões de ser complexa e apresentar uma visão genial de mundo, até porque vivemos num período de fragmentariedade, onde até a menor parcela reflete o todo, o conformismo, a hipocrisia desse mundo. Se quiser saber mais sobre esse processo, leia Harvey, Jameson e Benjamin.
Quanto ao relato acima, você já deveria saber que o mundo- infelizmente- é feito de rótulos iguais a esses que você está usando para qualificar um texto prosaico e sem a menor pretensão de enaltecer ou denegrir a condição masculina. De qualquer forma, vejo que você não deve ter passado por nenhuma situação semelhante, até porque fica perdendo seu precioso tempo encapsulado criticando os rótulos alheios.