quinta-feira, 23 de agosto de 2007

A História do Czar Vermelho e sua Corte

Pessoal, estou aqui para apresentar um pouco de minha pesquisa na graduação de História. Após cinco anos recolhendo dados, cruzando informações e lendo uma enorme bibliografia, venho relatar um pouco do que sei a respeito do grande império do mal fundado por Ivan o Terrível. Adianto desde já que a narrativa para os fatos históricos não se baseiam nas concepções braudelianas de longa duração, nem numa noção progressista de História. A forma que escolhi é um elemento hibrido entre a estética artística de Michelet e a desvelação crua de Marx. Essa nova metodologia está sendo objeto de estudo pela Universidade de São Paulo junto com a teoria Geiseriana de tempo histórico. Maiores informações podem ser adquiridas através de e-mail.

Fundação de Prosatantsky:

Assim como os primeiros grandes impérios do mundo, a origem de Prosatantsky esta encoberta por misteriosas lendas épicas. Sabe-se que sua fundação foi pensada por quatro dos grandes ministros que hoje estão no poder. Apesar de não comentarem muito a respeito daquelas épocas, pude sondar algumas coisas através de cartas trocadas entre o Ministro Húngaro da Casa Civil e Ivan o Terrível, num momento em que os dois começaram seus atritos. Infelizmente, com a instalação recente de um poder ditatorial no país, os arquivos ao qual baseei minha pesquisa encontram-se fechados para consulta pública.

As informações de que disponho apontam que o Ministro Húngaro tem sua origem dentre as famílias magiares nos Cárpatos, e que, como todo ser lendário, foi abandonado quando criança e criado por animais. O bicho que o criou era uma ovelha, acolhendo-o com sua lã e alimentando-o com seu leite. Já Ivan o Terrível nasceu nas terras áridas da Sibéria, local onde conheceu seus dois outros comparsas: o Ministro Davidovitch da Cultura e o Ministro Bezerra de Telecomunicações. O futuro Czar Vermelho também foi abandonado, mas criado por uma raça de lobos que o ensinou a vil arte de caçar e matar para sobreviver. Já os outros dois, a história preservou poucas evidencias de seus passados, mas conjectura-se que foram criados por chacais selvagens das planícies mongólicas.

Reza a lenda que o Húngaro, depois de crescido, foi versado nas artes de História e Política, mas que, por não conseguir emprego na sua cidade natal (os tempos eram difíceis naquela época), acabou virando um vagante pelo mundo. Não se sabe exatamente quando e nem porque os quatro se uniram, mas algumas especulações apontam para o gosto que todos possuem por cevada e futebol. Jovens com idéias libertárias, suas conversas eram sobre a desigualdade opressora existente no mundo. À oeste do globo estava o “Império Américo”, que adorava guerrear. Ao norte encontrava-se o “Império Romano”, famoso por sua imposição cultural. À leste, o “Império Chínico” se afirmava através da censura. Ao sul, diversas republiquetas guerreavam entre si em meio a corrupção e a libertinagem. Os quatro, muito provavelmente revoltados com esse cenário apocalíptico, decidiram unir forças e fundar uma cidade que acolhesse os utópicos de todo mundo. Caminharam por muito tempo, discutiram, trocaram idéias e, depois de se aproximarem de um vale fértil ao sul do Mar Negro, decidiram fundar Prosatantsky.

Os historiadores divergem no que tange o momento exato da fundação e a formação do aparato político-administrativo da cidade, mas a grande maioria concorda que as Ministras do Legislativo e das Relações Pessoais surgiram somente nessa época. Sabe-se que a idéia partiu de Ivan o Terrível, sem consulta aos demais ministros (que sequer as conheciam), mas que por acreditarem nas boas intenções de um ser humano, aceitaram a proposta sem pestanejar. Era apenas o primeiro dos atos de um plano maior...

O Dezoito Brumário de Ivan o Terrível:

A cidade cresceu ganhando ares de um país, recebendo visitas esparsas dos utópicos do globo. Desconfiados por viverem num mundo opressor, esses utópicos não foram logo de cara solicitar moradia em Prosatantsky, preferindo primeiro conhecer as bases em que o país se expandia. Governado por meio de um “septumvirato” (sim leitor, existem sete ministros, apesar de um deles ser uma entidade obscura que raramente exerce atividade), a região prosperou. Cada um dos ministros tinha plenos poderes para realizar reformas, desde que fosse respeitada a igualdade de situações entre eles. O Ministro Húngaro quis tentar algo novo, estabelecendo uma religião oficial para Prosatantsky. Os outros ministros, apesar de desconfiados, decidiram permanecer em silêncio até o momento oportuno.

Pouco se sabe dessa religião que o chefe da Casa Civil queria trazer ao país. As fontes apontam para um culto messiânico que pregava a recepção do “SalvadordaTerra” dentro do território dos escolhidos, no caso Prosatantsky.

É então que começa a obra máxima do Czar Vermelho. Descontente com a divisão do poder e com a possibilidade de instalação de algo novo no país (o novo sempre causa estranhamento), Ivan o Terrível decide agir para tomar o poder. Instaurando uma burocracia mesquinha, apoiada na falácia de um discurso democrático, o Czar baixa uma ordem aos demais ministros, exigindo votação para toda e qualquer idéia nova que venha atingir Prosatantsky. O Ministro Húngaro, atordoado com o movimento reacionário que enfrentava, foi contra a ordem, alegando inconstitucionalidade no quesito “igualdade de situações”. O que ele não sabia é que Ivan o Terrível já havia fechado sua cortina de ferro sobre o país. Ao tentar pedir o apelo do povo utópico, o Húngaro deparou-se com uma oposição ferrenha que conquistava aliados através de artimanhas femininas, derrubando os muros de proteção que ligavam ele aos Ministros das Telecomunicações e Cultura. Restava ainda recorrer as Ministras do Legislativo e das Relações Pessoais, mas Ivan o Terrível pensara em tudo. Já em seu primeiro ato despótico ele programara seu golpe de estado, trazendo soturnamente apoiadores de seu regime.

Como se não bastasse, bilhetes ameaçadores foram enviados ao Húngaro, proclamando a nova ordem de regência sobre Prosatantsky e dizendo para esse se retirar como um exilado. O fraco magiar, desesperado com o fim dos direitos de igualdade, faz uma última visita ao Ministro da Cultura antes de fugir ao exílio. Lá é aconselhado a procurar as terras quentes do México, pois nas palavras do Ministro Davidovitch “além de ter mulheres lindas como Frida Kalo, o local era remotamente distante para que o Czar pudesse pensar em retaliação”. Ainda antes de ir, o Ministro Húngaro perguntou o porquê da Cultura e das Telecomunicações não quererem o messias “SalvadordaTerra” em Prosatantsky. A resposta foi apenas um cálido silêncio. Rezando para que o Ministro Davidovitch não delatasse o exílio do Húngaro, este, em meio as horas do vôo até o México, só conseguia pensar em uma coisa: seriam os chacais primos dos lobos?

*** Esta é uma obra estritamente ficcional. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

4 comentários:

Tio Vinix disse...

tem os caras que choram, os caras que choram e batem o pé, os caras que choram, batem o pé ainda reclamam, os caras que choram, batem o pé, reclamam e falam "eu quero eu quero eu quero" e o puskas.
Mano acredite, esse problema já está resolvido.

Anônimo disse...

e o ivan é o terrível. vixi...

Ministro Puskas disse...

Só tenho uma coisa a dizer: fui enganado! Frida Kahlo é horrivel e começo a desconfiar que meu exilio não esteja tão longe a ponto de impedir retaliação...

Tio Vinix disse...

eu tava falando da Salma Hayek!!!
E se eu fosse vc tomava cuidado com sujeitos parecidos com a Alain Delon...