Jornal, jornalzinho meu, quem é mais democrático do que eu?
Um presidente que submete uma proposta de reeleição a referendo popular ou aquele que a conquista com a compra de votos de parlamentares?
Dentre os diversos problemas que a cobertura do referendo na Venezuela apresentou, destaco dois. Primeiro, embora importante, não se tratava apenas da reeleição de Chávez. A impressão geral que se tem é que o referendo tratava somente disso. Contudo, dentre as demais propostas, uma realmente ousada e historicamente importante para o pensamento de esquerda tratava da criação de comunas, espécie de conselhos populares dotados de orçamento liberado pelo Executivo. Um paralelo com a idéia de orçamento participativo (que o PT nunca mais encampou) seria interessante. Segundo, que, logo após a vitória da oposição, por estreita margem de votos (50,7 % x 49,29%), logo vieram as reportagens com a opinião da população a respeito do resultado, nas quais predominaram os depoimentos de quem votou pelo “não”, numa editorialização velada do acontecimento.
O referendo da Venezuela abarcou diversos pontos que, se abordados, suscitariam um debate bastante interessante a respeito da participação política e das relações entre sociedade civil, classes sociais e poder. Pena que se privilegiou apenas um tópico.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Referendo na Venezuela
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5 comentários:
Putz, sou impulsiva mesmo não tem jeito, oh, vc tem conteúdo cara, hehehe.
Entra no blog do Mino e leia o que ele escreveu sobre Chavez, Putin e a mídia.
Nem a propria esquerda sabia como se posicionar com relação ao referendo na Venezuela, e vem vc agora exigir isso da midia! Tsc tsc... se duvidar nem mesmo os jornalistas entenderam o que foi proposto lá, por isso resolveram descer o pau rsrs ;)
Exatamente o que o Puskas falou! Todo mundo pego "de calça curta" e vc espera que o Estadão ouça as duas partes envolvidas (isso que não são só duas, mas damos essa colher de chá). Nem por isso eu torcia pelo SIM, esse referendo me assustou muito. Pra quem faz Direito, reformas constitucionais são muito mais do que aparentam ser e realmente são perigosas.
Sí
Hay que endurecer pero sin perder la ternura! Chavéz me preocupa muitas vezes, mas obviamente não se pode analisar a Venezuela e tampouco os métodos nada ortodoxos do cara de forma leviana.
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