A cobertura das eleições nacionais na Argentina e na Rússia vieram acompanhadas do tradicional “raio-x” econômico dos países, com destaques para os números do PIB, crescimento, reservas e por aí afora. Kirchner e Putin saíram vitoriosos dos pleitos. O primeiro elegeu a mulher e o segundo conseguiu maioria no Parlamento. As análises mais comuns relacionam as vitórias ao forte crescimento econômico verificado nos últimos anos. Entretanto, algo mais une esses dois países além dos dólares provenientes de commodities: o calote. Em 1998 a Rússia decretou moratória e só voltou a pagar a dívida com o Clube de Paris em 2006. 8 anos devendo. O caso argentino foi mais dramático. Envolveu congelamento de contas (corrallito), manifestações de rua (panelazos) e deposição de presidentes. Decretada a moratória em 2001, a Argentina teve a dívida renegociada somente em 2005, impondo condições aos credores. Em alguns casos, pagou apenas 25% do que devia. A turma de Davos ensaiou um choramingo, mas se contentou com a banana que recebeu dos hermanos. Não fosse o calote, o Estado e as empresas dificilmente sustentariam o crescimento que Argentina e Rússia presenciaram. Basta verificarmos que a maioria dos analistas concorda que, se o Brasil reduzisse a meta de superávit primário, teria condições de crescer muito mais. Só que a informação do calote e de seu desdobramento poucas vezes é assunto de destaque. Quando é, o tom é de crítica. O Clube de Paris agradece ao Clube do Silêncio.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
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Um comentário:
É um "porque não te calas" institucional...
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