sábado, 15 de setembro de 2007

Porque hoje é Sábado

Semana passada falei demais sobre os homens. Agora é hora de falar de novo das mulheres. Só que não é de qualquer mulher, não. É uma "classe" específica, dizem que são as profissionais mais antigas da história (não sei, Ministro Puskas pode nos esclarecer isso melhor).

A idéia desse post veio de um blog de uma moçoila portuguesa. Afinal, Portugal também tem a sua Bruna Surfistinha. Só que ela se chama Maria Porto, e seu livro contando as peripécias dos seus programas e da vida de mulher da vida se chama "A Tua Amiga". O endereço do blog, muito interessante por sinal, está aqui.

Esse tema será o assunto de uma série de 3 posts. O primeiro, hoje, será sobre a profissão. É muito apropriado, vendo-se que fecharam o Bahamas e provavelmente outras casas do gênero. Será que deve-se legalizar a prostituição, criando-se a "carreira" de garota de programa? Sei que na Suécia, por exemplo, legalizaram a profissão, mas criminalizaram o "cliente". Ou seja, seria crime ir até a Rua Augusta... Já na Holanda, é outra história.

O segundo post será sobre o que leva uma mulher a essa vida e o terceiro sobre os homens que saem com prostitutas. Polêmico, sim. Mas vale a pena.

Agora vejamos o que Maria Porto tem a dizer

O UNIVERSO E AS SUAS PUTAS
Tenho andado sem tempo para escrever, porque antes mesmo de chegar a Lisboa, os meus dias aqui já estavam muito ocupados. Amanhã vou embora para a Invicta, não sem antes ir ao Salão Erótico comprar brinquedos e tirar fotos. Ontem escrevi "meio-post" mas adormeci a meio e decidi deixa-lo para outro dia. Para além do dia altamente cansativo, no final do 'expediente' ainda fiz uns sets novos para a área privada do meu site.

Ontem estive na conversa com um cliente, estava a contar-lhe como ando há imenso tempo a querer fazer um Inter-rail, e acabámos por falar da Holanda e suas putas (porque eu também quero muito visitar o Red Light District).

Para quem não sabe, em alguns países em que a prostituição é efectivamente uma profissão legalizada e regulamentada, as pessoas podem procurar um emprego de prostituta e, por exemplo, se estiverem no desemprego, se recusarem um cargo de prostituta perdem o subsidío de desemprego.

Vai daí fiquei a pensar no giro que era se Portugal fosse assim. As putas passariam recibos, teriam livro de reclamações e poderiam subir de cargo ou procurar melhores locais de trabalho, quando tivessem um bom currículo ("Xôra Puta-Mor, recebi uma proposta ali para a Casa Das Popozudas, podia passar-me uma carta de recomendação? Sim?").

Ora, isto iria certamente revolucionar a putaria no país. Acabar-se-iam as mercenárias do "tudónaturale", porque a segurança seria certamente obrigatória, transformando o trabalhismo fodal num ambiente mais justo. Os broches e espetanços apressados e mal aviados seriam passíveis de queixa no Livro de Reclamações:

"Ai não chupas? Então passa aí o Livro de Reclamações!"
"Ai, disculpi, já íá chupá, vem cá..."

As boas fodas seriam obviamente bem recompensadas:

"Sim senhor, Cátia Vanessa, gostei muito da tua técnica de cambalhota, traz cá o Livro de Visitas para te recomendar"
"Oh, obrigado, sinhor Sousa, acabei de candidatar-me para a Boate das Rabudas e vai dar imenso jeito!"
"Olha, não podes tirar aí dez euritos à factura...?"

O IRS começaria a perseguir as moçoilas:

"Xôra Sheyla Bobó, no ano passado você efectuou 330 broches e 290 espetadelas, e só declarou 200 brochadelas e 170 espetanços!"
"Ai, dévi tê sido um inganu..."
"Deixe cá ver o pacote... Ah, îsso não engana ninguém, a xôra Sheyla está obviamente a esconder as metidelas anais do fisco! Venha connosco, faxavor..."

And so on, and so on...

E vocês, acham que a prostituição deveria ser regulamentada como uma profissão normal?

11 comentários:

Anônimo disse...

essa portuguesa é boa de caneta.

não vejo a hora de ler o terceiro post (tenho medo do segundo por conta do drama). rs.

Tio Vinix disse...

com certeza deveria ser regulamentada.
Agora nada mais comentarei, pois neste momento, ai, que estou-me a vir.
Licensa.

Ministro Puskas disse...

Puxa puxa! Sempre me divirto com esse sotaque lusitano. Agora, eu meio burrinho ainda não pesquei o que seria "broches" :S. Alguém se arrisca?

Tatu disse...

broche talvez seja algo do tivo "pins" que os atletas trocam nas olimpíadas...assim sendo o cliente entra na casa noturna e leva um broche ou um imã de geladeria, seria genial...mas e os casados?

bom..voltamos novamente ao papo de Amsterdã e da Red Light e do Rasta Baby e do Alfa Hotel...vai, sadomasoquismo e profissão puta, vai que devia ser legalizada sim...mas diz a lenda que em casas de alto padrao vc pode passar na recepção e verificar os dados da garota com quem está trepando sei não...nunca vi.

na hora de virar os olinhos ninguém vê nada não..isso me faz lembrar um papo entre duas putas que presenciei após o sesc quinta feira, pareciam duas comadres na rua, genial...depois escrevo e mando, fui.

salvaterra disse...

carteira de trabalho assinada, patrão!
e profissão blogueira? regulamenta? dá dinheiro não né...
puta-blogueira é que é expecialização lucrativa.
vamos todos virar putos?

Julia disse...

Hahaha ela é demais! Mas a história é meio triste-drama mesmo sabe? Engravidou com 14, deixou a filha com os pais e se mandou. Hoje ganha uma grana com o site e com os vídeos-pagos que ela veicula na internet, mais os livros e etc. E a filha voltou pra ela...

Tem clientes famosos como jogadores de futebol do Benfica e tal...

Sei lá, o site e o blog dela são material eterno pra pesquisa sociológica sobre o assunto. Além de ela ser um fenômeno de mídia lá em Ptgal.

Julia disse...

Ah, sobre broche, acho que é boquete, mas sei lá né...

Anônimo disse...

Se tiverem carteira assinada vão aumentar o preço, daí como é que ficamos, nós assalariados? kkkk

salvaterra disse...

pensa bem, com o negócio tão às claras assim também surge a concorrência: aumenta a qualidade e baixam os preços.

os putos também entram nessa. só não sei se muda alguma coisa no pudor dos clientes...

Carol M. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carol M. disse...

Ui, ui, ui, Julinha! Que post polêmico, hein?
Sei não, acho que a profissão deveria ser legalizada pras mocinhas poderem se aposentar, tirar licença médica (muiiito importante)e não ficarem sob a dominação do cafetão/cafetina pra todo o sempre.
Porém, duvideodó que um dia isso aconteça. Basta pensar um cadiquinho pra perceber quem é que lucra mais com a exploração da prostituição e voilá, saberemos que esses grupos nunca vão deixar as raparigas serem 'legalizadas'. Lugar de puta é na marginalidade, beeeem longe dos sagrados valores da família, da tradição e da propriedade, bendita seja a nossa hipocrisia.