quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Política pra quem?

E não é que o primeiro turno da Câmara aprovou a CPMF! Aprovou até 2011 e sem dividir com os estados! O Lula usou o argumento de que não era um poste e parece que colou com a base aliada. Também, com uma oposição daquelas... Um tal de “Jesse Bezerra” comentou na Folha Online (matéria intitulada “Câmara conclui 1º turno de votação da CPMF e da DRU; governo sai vitorioso” de 27/09) uma coisa legal sobre a oposição: “Quando a CPMF foi criada pelo governo do PSDB e pelo malhado PFL (DEM), foi uma maravilha, a salvação. Agora estes mesmos senhores acham que se trata de uma grande injustiça.” Mas a coisa ficou por aí. Seu texto prossegue numa cruzada a favor do Lula e seus programas sociais. Eu não vou responder a ele sobre as reformas previdenciárias que o presidente tem proposto, ferrando ainda mais o trabalhador; muito menos irei apontar os desvios de verba da CPMF para pagar mordomias dos servidores. Acho desnecessário isso. Mas seu ponto sobre a oposição me chamou atenção para outra coisa: a política do Planalto serve pra quê? Digo isso porque deve ter sido hilário os parlamentares, no meio da madrugada, ligando para seus nobres companheiros e pedindo para comparecerem à votação. Imaginem a cena, o “Deputado A” ligando para o “Deputado B” que estava dormindo em sua caminha king size, e dizendo:
- Ou fulano, precisamos de você aqui no plenário!
- Pra quê?
- Pra aprovar a CPMF!
- Ah! Deixe-me dormir! Passar bem!
- Ou fulano, pelo Brasil!!!!
- tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu...
Não duvido que tenha ocorrido isso! Afinal, segundo o “jesse” quem paga mais CPMF são os ricos, então por que aprová-la? Aliás, o imposto seria justo pelo fato de que “cobra de todos, até daqueles que lavam dinheiro”. Realmente, cobra 0,38% do mais pobre correntista até o mais rico banqueiro, muito justo hein? Essa política continua servindo a interesses particulares e não ao Brasil. A oposição tenta tirar o imposto para conseguir simpatia popular e ao mesmo tempo travar a maquina estatal, pouco se importando com as conseqüências disso. O governo tenta manter o imposto para abastecer seu caixa, contribuir com os auxílios sociais e ampliar sua rede de cargos públicos. Ambos trazem benefícios a quem? A eles mesmos, às classes a que representam, aos grupos dominantes. Que raio de representatividade é essa? Eu quero ver o circo que vai ser para o Governo acalmar a base aliada no Senado (por conta dos cargos da Petrobrás), quando a votação chegar lá. Vai ser uma distribuição de cargos como jamais se viu antes! Mais uma ciranda política em cima do povo. E eu que cheguei a comentar com os outros ministros sobre a possibilidade de escrever um texto com teor positivo sobre a política. Assim fica difícil. O Planalto pede pra apanhar. Mas, quem tem imunidade diplomática precisa temer o que?

4 comentários:

Anônimo disse...

Excelente texto ministro Puskas!!!
Com certeza o fato deles terem imunidade diplomática faz com que as coisas aconteçam mais facilmente em benefício deles, claro...
Seria maravilhoso se você pudesse escrever algo positivo sobre esse assunto, mas tá difícil né?...

Tio Vinix disse...

A incrível cruzada do Ministro Puskas em busca de um texto positivo sobre política hahahahahahaha

Elton disse...

Já dizia Milton Santos, a política é uma paixão triste.

Julia disse...

Ninguém teme mais nada no Congresso. Nem no Planalto. Nem em nenhum órgão do Judiciário. Cada um tem o rabo preso com o próximo, o que torna impossível quebrar o círculo vicioso. De quando em nunca, aparece um limpo procurador ou promotor que tenta umas denúncias, investiga um pouco, um juiz que manda prender mesmo contra a maré... E aí há ameaças telefônicas, invadem a casa das famílias, e tudo volta ao silêncio sepulcral que vela e zela pela porcalhagem política brasileira.