quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Quarta MeiaEntrada - O Dia da Marmota





O tempo é oficialmente meu inimigo. Está contra mim em quase todos os momentos em que eu preciso dele, e nos momentos em que ele não me é necessário faz questão de não fazer a menor diferença ma minha vida. Enquanto eu escrevo aqui no blog sobre filmes e música, sempre vejo que, com um pouco de tempo a mais sempre poderia ter feito algo melhor, poderia ter desenvolvido um tema de um modo mais inteligente, poderia ter resolvido de forma mais concisa algumas questões que eu mesmo coloquei e me traí pela prolixidade dos meus textos. Por outro lado, as vezes quando o tempo nos parece ser todo o do mundo para fazermos as mesmas coisas, é lógico que acabamos de entrar no Inferno, porque o inferno é a repetição. Se você, pobre leitor, tem alguém que possa chamar de “Amor da Sua Vida” imagine essa pessoa declarando que você também é o amor da vida dela. Agora imagine isso nas mesmas circuntâncias sob os mesmo aspectos sempre do mesmo jeito, com exatamente a mesma medida de amor, nem um pouco a mais para nos gabarmos, nem um pouco menos para nos preocuparmos, somente a mesma coisa sempre, rotina. É o Inferno.

Eu, já há um bom tempo tenho inveja do meu amigo Phil Connors (Bill Murray, em “Feitiço do Tempo”), o cara que tem uma chance com o tempo, não para fazer a mesma coisa sempre todos os dias, mas para REFAZER o mesmo dia sempre de um jeito diferente. Ele tem uma epifania em camera lenta( se é que isso é possível), pois com o tempo totalmente ao seu favor( ou seja: acordando sempre no mesmo dia terrível onde ele tinha que cobrir o enfadonho Dia da Marmota) pode discernir o que realmente é importante pra sua vida e como ele pode e deve mudar o que nela há de errado, e assi mais adiante, quando ele abandona o materialismo e deixa de desejar o que quer de forma individualista, ele tem o que merece(essa é uma interpretação budista desse filme que eu vi num site chamado Saindo da Matrix...doidera). Com isso, ele também tem a chance de conquistar a mulher da sua vida, e com a vantagem do tempo ele pode ser tudo o que ela espera em uma pessoa num único dia. Enquanto apenas ela se repete, vítima do tempo inimigo, o meu amigo Phil pode aprender sobre ela, conhece-la, conquista-la superficialmente e depois verdadeiramente, mas isso só depois de enfrentar os seus demônios, de ser inconsequente, de desistir da suposta peça que o tempo lhe prega e tentar se matar N vezes. O que ele não vê a princípio(olha a interpretação budista de novo) são as facilidades que o tempo lhe proporciona com a oportunidade de refinar as suas próprias ações(como se os dias que se repetem fossem reencarnações) enquanto os outros estão apenas presos a mesma rotina, de forma metafórica. Por exemplo, nesse tempo de repetição a amada de Phil, a Rita, (Andie Macdowell no filme) não conhecerá niguém que possa ser aquilo que ela queria num homem, enquanto o Phil se torna esse homem pra ela. E por que ela se apaixona por ele? Porque pra ela, o meu amigo se torna o que ela esperava a primeira vista e não na verdade uma sucessão de erros até encontrar a afinação certa pra tocar o seu coração (eeeeeeeeeeita cafonice!). Olha que vantagem, marmanjos: Aquela mulher que você acabou de conhecer e tá pagando uma madeira, de repente pausada, sem que nenhum outro Mané venha lá e enquanto você sozinho sofre pra encontrar o melhor jeito de chegar e quebre o seu serviço. Sem aquele terrível arrependimento que depois virá quando você imaginar “nossa, se eu tivesse sido mais ágil, mais rápido, eu poderia ter conseguido”.

Para nós, pobres mortais, todo o dia é Dia da Marmota.





Título Original: Groundhog Day
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1993
Estúdio: Columbia Pictures Corporation
Distribuição: Columbia Pictures
Direção: Harold Ramis
Roteiro: Danny Rubin e Harold Ramis, baseado em estória de Danny Rubin
Produção: Trevor Albert e Harold Ramis
Música: George Fenton
Direção de Fotografia: John Bailey
Desenho de Produção: David Nichols
Direção de Arte: Peter Landsdown Smith
Figurino: Jennifer Butler
Edição: Pembroke J. Herring

4 comentários:

Carol M. disse...

Um clássico da sessão da tarde, ora pois! Assisti esse filme umas duzentas vezes já (quando eu podia assistir sessão da tarde, que fique claro) e nunca tinha sacado nada disso. A sensação era a mesma de sempre: e se eu pudesse parar o tempo?
Nunca pensei em mudá-lo, mas isso é porque eu sou loira, então...hahahaha.

Beijocas, tio Vinix!

salvaterra disse...

irmão, tio, primo (aí já fica mafioso). onde é que vai parar esses teus graus de parentesco hein?

salve a pequena e enorme tantafamília!

esse phil é um sacana. imagina o vinix numa situação temporal dessas: o cara ia postar trinta ótimos filmes na quarta-feira dele.

Tio Vinix disse...

MUITO obrigado Bruna, pela revisão.

Unknown disse...

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