segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Segunda-Avon – À sombra dos jornalões em flor

Uma das percepções mais difundidas que se tem do povo brasileiro é a de que ele é politicamente inativo. Certamente já ouvimos comparações com, por exemplo, os argentinos, afirmando que nossos vizinhos são muito mais participativos politicamente, indo às ruas quando se percebem ludibriados pelo poder. Entretanto, a grande imprensa brasileira só cobre as formas de manifestação de insatisfação popular quando há conflito com a polícia. Enquanto deram páginas e mais páginas para o Cansei, com direito a perfis e entrevistas com lideranças e participantes, não se tem a menor idéia de como se deu a articulação entre movimentos tão díspares em sua finalidade, como a Gaviões da Fiel e o MST, na ocupação da Faculdade de Direito da USP. Pouco ou nada sabemos sobre o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), os Sem-Teto, os Quilombolas, entre tantos outros. Matrizes teóricas, correntes internas, organização, forma de atuação, projetos que defendem, se possuem representantes legislativos, dentre muitas outras questões fundamentais, são ignoradas solenemente. Sem dúvida que uma escolaridade baixa e uma sociedade historicamente autoritária contribuem muito para que a atuação política seja mal vista por boa parte dos brasileiros. Contudo, o silêncio da imprensa reforça bastante essa sensação de alienação.

Um comentário:

Anônimo disse...

cansei de cu � rola.