quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Quarta MeiaEntrada – O Básico Da MPB

Aí, você, pobre mortal que ouviu a Nova Brasil FM esses dias e achou que tem umas músicas legaizinhas lá. Então, depois disso você resolveu que ia saber um pouco mais de MPB, já que o repertório da Nova Brasil se esgota em 2 dias... Aí você foi numa loja grande, tipo FNAC e chegou no vendedor “O maluco, tem MPB aí?” Aí o cara deu uma risadinha besta e falou “Teeeeem, tá aqui” e te apontou um QUARTEIRÃO de CD’s de todas as formas e cores e preços. Perceba que você ficou com duas opções: Ou vai no afã e leva tudo o que você já ouviu falar (tipo um Oswaldo Montenegro, um Celso Viáfora e um Benito de Paula, e pra fazer um média um disco do Chico com um pão na capa... Legal vai ser quando você chegar em casa e descobrir que nesse disco o cara ta cantando em ITALIANO), ou chora, com aquela cara de “fodeu!”

Calma.

Resolvi, do alto da minha arrogância, enquanto a inspiração pra um texto sobre o Caetano e o Chico que já ta virando lenda não vem, fazer um lista com o BÁSICO DA MPB PARA INICIANTES (Música Triunfal ao fundo)!!!! Uma lista com os discos mais relevantes do gênero, pra você procurar, ouvir e saber se a sua praia é MPB mesmo.
Algumas questão latentes:

Eles serão fáceis de achar? Nem sempre, mas a maioria é clássico ou seja, está em catálogo.

É muita velharia? É. Se você acha que o supra sumo da nata da fina-flor da MPB é a CÉU, porque é toda modernosa, nem termina o texto.

Dá pra eu botar uma banca ouvindo todos eles? OOOOO SE DÁ. Sim, dá pra você chegar na baladinha e se gabar com a mocinhas na boa. Ao contrário também, mocinhas. Agora vamos aos discos, que eu vou numerar, mas só por organização, pois pra mim eles tem relevância quase igual.

1- Itamar Assumpção






"Beleléu Leléu Eu"


Olha que legal pra se fazer: Você ta numa festinha e começa a conversar com uma mocinha, toda bonitinha. Ela chega pra você, e como a sua sandália, sua saia rodada e sua pouca maquiagem denunciam, diz que gosta de MPB. Você acha super legal ela gostar de MPB, ainda mais agora que você começou a achar graça no bagulho. É fato que com o apoio de uma mocinha bonitinha de sandália, saia rodada pouca maquiagem você vai se interessar muito mais pelo tema. Mas a mocinha percebe que você não conhece muito de MPB e começa a se crescer ( mal dessas mocinhas de sandália, saia rodada e pouca maquiagem) e você começa a se apequenar... Até lembrar da dica do Tio aqui e perguntar pra ela assim: “E o Primeiro disco do Itamar Assumpção, não é mó legal?” Você vai ver: As expressões dela vão variar de “????” a “?!?!?!?!”. Claro, se ela falar “Claro, inclusive os vocais da Vânia Bastos são muito bons” aí você pára. Pára e ouve, porque essa mocinha de sandália, saia rodada e pouca maquiagem que você encontrou tem algo a dizer. Mas é raro, posso garantir.
Agora parando de graça e falando um pouco sério, em 1981 quando esse disco foi lançado, não fez sucesso. Alguns anos depois do seu lançamento também não. Quando Itamar veio a falecer em 2003, ele continuou sem fazer sucesso. E pelo jeito nunca vai fazer. Então se liga e vai atrás dele, porque esse disco é sim um dos mais importantes da música brasileira. Pela inovação na temática urbana das composições, pela teatralidade das interpretações, pela complexidade dos arranjos. Cada música é uma aula de como se fazer um bom disco utilizando todos os elementos regionais misturados com as novidades dos gêneros de sucesso ou seja, exatamente o que a geração mais recente da MPB faz hoje em dia. Esse disco é base pra formação de vários artistas direta ou indiretamente, entre eles Cássia Eller, Titãs, Zélia Duncan, Zeca Baleiro, Chico Cesar, Mônica Salmaso, Karnak, a própria Céu. Fez parte do que do que foi chamado pela crítica de movimento, mas não o foi de fato: A Lira Paulistana. Nesse movimento também eram incluídos Arrigo Barnabé e Rumo por exemplo. Mas esse disco foi com certeza o mais importante desse movimento que não foi. Dançante, divertido, delicioso. Obviamente básico.

6 comentários:

Virgínia Helena disse...

Bom, enfim cheguei por aqui. Demorou.
Elogiando seu texto, diria que seu sarcasmo é ponto positivo para escrita e fala (sim, na fala também). Comentar sobre os vocais da Vânia Bastos eu não diria que é tão raro, visto que o meio em que freqüenta é regado à "meninas de sandália de saia rodada", mas, raro sim seria uma "menina de sandália e saia rodada" comentar sobre isso numa "baladinha" sem muito ter a ver com MPB, pois provavelmente a tal menina não freqüentaria tal lugar, sendo então uma dupla raridade. rs.
Bj.

PS: espero a descrição de uma menina despojada quando chegar o inverno. rs.

Bruna disse...

Com exclusividade!
Hahahahhahahahahah

Como diria a música, "cansada de tititi e blablabla", vim informar que devemos investir nas bermudas para a próxima estação.

rs..

Mixirico disse...

concordo, pois as bermudas nos deixam mais a vontade quando o assunto empolgar e quisermos sentar do chão e cruzarmos pernas de índio...mas eu tb espero a descrição no inverno..acredito que ela terá ainda pouca maquiagem, por enquanto, ainda uso sandáli e saia rodada...com pouca maquiagem...
os vocais da Vania Bastos é algo a ser comentado, pelo menos pra mim, com facilidade...
nada não, só quis dizer, bastou?

Tio Vinix disse...

Mesmo que a Vânia não tenha gravado os vocais nesse disco, sim, qualquer comentário a respeito disso mereceria toda a atenção do mundo, pq nos shows do Itamar com a Isca de Polícia era ela e a Virgínia Rosa. Aliás se a mocinha falar de Virgínia Rosa vale até pegar o telefone e chamar pra tomar uma cerveja, rsrs...

Carol M. disse...

Ih, agora tomou conta geral do blogue (o ego aumenta cada dia mais, né Tio?)!

Palhaçadas à parte, curti muito o texto. Tem lá uma certa ironia que me lembra alguém, inclusive um texto postado aqui há tempos, rs.

Beijos, meninos! Cuidem bem do tanta que logo estou de volta.

Elton disse...

texto meio estilo baralhinho do momento. curti. me lembrou um baque de maracatu: "menina da saia rodada balança que eu quero ver..."