quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Quarta MeiaEntrada - O básico da MPB II

Antes de dar continuidade ao listão do tiozão, uma correção (aeee Elton!!!): O disco com um pão na capa do Chico Buarque que eu citei no últimos post se chama “Chico Buarque en Español” e logicamente tem suas músicas em espanhol, não em italiano, como eu erroneamente tinha dito.
Agora, voltando ao básico e aproveitando o gancho:


CHICO BUARQUE




“Almanaque”

Esse é o grande disco do cara. Os clássicos mais famosos dele não estão aqui, mas essa lista não é lista de perfumaria, pra você sair cantando “Cotidiano” e achar que manja de Chico, aqui a brincadeira é séria. A importância desse disco está no seu todo. Ele é todo bom e, não sei se conscientemente, faz um perfeito resumo da capacidade do Chico como compositor. Tem um samba que é uma crônica social pitoresca (Meu Guri), tem as canções de amor com o acabamento estético que só o Chico sabe dar (Vitrines e Moto Contínuo) e tem o som mais particular que, a partir justamente desse disco de 1982 viria a ser o tipo de som que caracterizaria o Chico Buarque consagrado como Mito, não mais só como estrela da MPB. Prova disso nesse disco são a canções “Ela é Dançarina” e “Tanto Amar”, cuja forma de arranjo e estilo seriam as bases para a concretização de álbuns como “Chico Buarque” de 1989 e “Paratodos” de 1994, o ápice do Chico-Mito. Daí pra frente ele entra em queda livre, mas isso é assunto pra outro post. A virtude de “Almanaque”, contudo, é ser o disco que antecede o Chico-Mito, ou seja, antes de onze entre dez mocinhas de saia rodada, sandália e pouca maquiagem dizerem que dariam (a vida) pro filho do Serjão. Nessa época o cara ainda era obrigado a mostrar que era bom e tudo mais, aí você tem um disco muito mais bem acabado do que os posteriores. Ainda nesse disco você tem o Chico-Malandro, aquele compositor de sambinhas fáceis e populares que caiam na boca do povo e que foram deixados em segundo plano, quase esquecidos a partir da segunda metade dos anos de 1980. Eis nesse disco uma deliciosa amostra desse lado do Chico, com “Amor Barato”. Portanto, por ser um disco de transição na forma do Chico compor e por isso trazer junto quase todas as facetas do homem, esse disco é básico.

6 comentários:

Mixirico disse...

Ó menina vai ver nesse almanaque
Como é que tudo isso começou...a partir daí eu queria ser um tipo de compositor capaz de cantar nosso amor modesto.Um tipo de amor que é de mendigar cafuné, que é pobre e às vezes nem é honesto, mas aí eu lembro que o meu guri chega suado,e veloz do batente
e traz sempre um presente
pra me encabular então vou pro trabalho e lembro que na galeria cada clarão é como um dia, depois de outro dia...

Elton disse...

Achei esse disco, dentre outros, largado para ir ao lixo de uma igreja uns anos atrás.

salvaterra disse...

enquanto isso, lá no tantaproza:

http://tantaproza.blogspot.com/2008/01/disco-da-semana.html

Bruna disse...

Ah! Sem dicas de maquiagem e indumentária? Magoei.

Tio Vinix disse...

deixo essa pro "Domingo-Fashion" rs...

Bruna disse...

Hahaahhaha