sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Sexta literária: Fernando Sabino reativa a coluna semanal


Após o carnaval e após um desfile estranho na Barroca Zona Sul e uma curtida geral no bloco do Vai quem Quer da Vila madalena, nada melhor do que retornar ao tantaprosa em 2008 com a corda toda.
Tentarei manter aquela mesma periodicidade postando um texto por semana menos nos dias que estiver arrebentado com trabalhos da faculdade e outras coisas mais.

Martini Seco, de Fernando Sabino
é um livro de pouco mais de 60 páginas que narra em forma de diálogos a história do comissário Serpa que perspicaz e astuto em sua profissão se envolve no conflito amoroso de um casal, para desvendar um crime um tanto quanto estranho.
O principal suspeito do crime é Amadeu Miragalia casado com Maria Miragalia e viúvo de Carmen.
O espaço em que a trama se desenvolve é descrito nos diálogos: delegacia e bar.
Histórias paralelas vão se anexando a história principal e ao fim do livro o leitor percebe que Martini Seco pode ser tomado como base para uma peça de teatro pelo modo dinâmico que os diálogos foram construídos facilitando a atenção do leitor do começo ao fim. O texto possui elementos que marcam boas histórias policiais: uma morte misteriosa, a ambientação romântica de um bar, um comissário de polícia traquejado e um desfecho surpreendente.


"Mal o comissário acabara de dar ordens ao investigador Ubirajara, com minuciosas instruções, para vigiar Amadeu Miragalia e sua mulher, ela irrompe na sala sem pedir licença:
- Ele esteve aqui! Eu sei que esteve aqui. Vi quando ele passou na esquina, vi quando entrou, fiquei esperando este tempo todo, saiu ainda há pouco. Que é que ele veio fazer aqui?
Serpa deixou-se cair na cadeira com um suspiro bem-humorado:
- Veio falar na sua ameaça de se suicidar, como a outra.
- Então estou perdida. Ele já começou a se defender, o senhor não percebe?
- O que eu percebo é que esse caso é muito louco. Mas algumas coisas que ele diz fazem sentido..."
(SABINO, Fernando. Martini Seco. Ática. Série Rosa dos Ventos. 1998, RJ)

Um comentário:

Tio Vinix disse...

Sabino é foda. Lembro de umas coisas dele da época que tinha uma série de livrinhos chamados "para gostar de ler" Eu ia primeiro nas histórias dele.