quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Quarta MeiaEntrada: O oscar e essas coisas aí...
Injustiçados do Oscar 2008
Aqueles filmes e atores que deveriam ter tido pelo menos uma indicação ou deveriam ter sido premiados mesmo, e que passaram em branco esse ano:
“Eu Sou a Lenda”: Pelo menos uma indicação pela atuação do Will Smith. Sim, ele está muito bem mesmo.
“Harry Potter e a ordem da Fênix”: Não só uma indicação, mas também merecia o prêmio a Imelda Staunton, como atriz coadjuvante nesse filme.
“O Sobrevivente”: Nenhuma indicaçãozinha pro Cristian Bale???
"Sweeney Todd": Os caras indicam o Johnny Deep e nada pra Helena Bonham-Carter? Ela está melhor do que ele nesse musical.
“O Gângster”: Sem comentários... Dá pra trocar com o “Supremacia Bourne” ?
“Os Senhores do Crime”: Melhor Roteiro Original? Alguém? Alguém? Brincadeira...
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Vedete
O Brasil teve sua semana de mini-potência mundial. Manchetes de jornais, revistas e sites do mundo trataram das negociações dos preços do minério de ferro conduzidas pela Vale, do furto de dados estratégicos da Petrobras sobre os campos de Tupi e Júpiter e da “superação” da dívida externa brasileira. Internamente, do Conversa-Afiada à Folha, todos exultaram porque o Brasil passou a ser, pela primeira vez na história, credor externo. Dessa vez a imprensa não poderá censurar o Presidente por utilizar a frase “nunca na história desse país...”. A corrida pelo “grau de investimento” contaminou o noticiário e pouquíssimas opiniões críticas foram levantadas. Apenas as vozes ressaltando o “dever de casa” cumprido.
Casa da Mãe Joana
Casa que, por sinal, continua a mesma zona de sempre, pelo menos no que se refere a liberdade de imprensa, ainda regulada por lei criada em 1967, durante o regime militar. O ministro do STF Carlos Ayres concedeu liminar suspendendo processos judiciais relacionados a 20 dos 77 artigos da Lei de Imprensa. A decisão é um golpe na Igreja Universal do Reino de Deus e um golpe, por extensão, na Rede Record. A Universal é acusada de orquestrar processos de fiéis que pedem indenização por reportagens publicadas pela Folha, O Globo, Extra e A Tarde, em que tratavam das práticas da igreja e das relações com as empresas do bispo Edir Macedo. Como os processos, originários de diversos pontos do país, têm o mesmo conteúdo, suspeita-se que a Iurd esteja por trás deles. Se configurada litigância de má-fé, a pena é multa. Para o ministro Carlos Ayres, a Lei de Imprensa é incompatível com a Constituição.
Íntegra da Lei de Imprensa em http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/L5250.htm
Olha esse parágrafo da Lei, que beleza:
§ 1º Não será tolerada a propaganda de guerra, de processos de subversão da ordem política e social ou de preconceitos de raça ou classe.
O que será subversão da ordem política e social?
Em terra de analfabeto, quem tem veículo de comunicação é rei.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Sexta Literária: O mundo da mesquinhez
Eis a prosa de hoje, é melhor aproveitar antes que seja cobrado para acessar o blogue, por enquanto é FREE, mas vai saber...Aproveita também porque não é todo dia que postam contos quase na íntegra de Rubem Fonseca e espero que não sofra problemas com os direitos autorais, ou com falta de solicitação para divulgação de partes do textos...que seja, estou divulgando o cara e seu excelente trabalho, mas, é pra isso que temos advogados ao nosso lado. nos confundir?
boa leitura!
"Durante dois dias Amadeu Santos, português, viúvo, biscateiro, rondou o depósito de garrafas de Joaquim Gonçalves, sem coragem de entrar. Mas naquele dia chovia muito e Amadeu estava cansado, com perna doendo do reumatismo. Além disso a bronquite crônica fazia-o tossir sem parar."
Trata-se portanto da história de um garrafeiro que vai pedir dinheiro a um inimigo que não vê há um bom tempo. Fica envergonhado com o pedido mas mesmo assim o faz. Amadeu Santos chega ao depósito de garrafas do Joaquim , faz cara de coitado, olha para o chão aproveita-se da chuva e embala algum diálogo:
"E os negócios como vão?
Não me queixo, disse Joaquim imaginando qual seria o propósito da visita de Amadeu. As surradas roupas deste, os sapatos velhos, mostravam que Amadeu não estava bem de vida. Mas os negócios não são mais como antigamente, acrescentou Joaquim, já prevendo um possível pedido de dinheiro. Não creio que ele tenha a audácia de me pedir alguma coisa, pensou Joaquim, afinal somos inimigos e não nos falamos há anos.
(...)
Sem tirar os olhos do chão Amadeu disse:
Será que podias me emprestar quinhentos cruzeiros? Não ando bem de saúde e tive que parar de trabalhar.
Joaquim levantou os olhos e disse: Quinhentos cruzeiros? Pode não parecer, mas pra mim isso é muito dinheiro.
Eu sei mas não tenho ninguém a quem pedir, disse Amadeu humildemente. No fundo de suas olheiras doentes, seus olhos estavam opacos de vergonha.
E o teu filho doutor? Por que não pedes a ele?, disse Joaquim com escarninho.
Meu filho morreu."
Daí pra frente ocorre o desfecho da história em que o personagem um convence o personagem dois de que seria importante o empréstimo e que de fato este precisava da grana e que deixasse de lado qualquer briga, mas a mesquinhez e raiva do passado sobre um filho inútil, acaba com qualquer possibilidade de reconstituição de amizade. Acompanha o desfecho e aplaude de pé o mestre Rubem Fonseca:
"Não sei de tenho todo o dinheiro aqui, disse Joaquim, levantando-se e indo até um velho cofre no canto da sala... Preciso dizer alguma coisa boa para ele, pensou Amadeu, até agora só contei as minhas desgraças e pedi dinheiro.
Como vai o Manuel? Ele está bem?, perguntou Amadeu.
Joaquim estava curvado sobre o cofre, contando o dinheiro, quando Amadeu fez a pergunta. Ele parou como se tivesse levado um choque.
O quê?, exclamou Joaquim.
Como vai Manuel?, repetiu Amadeu, surpreendido com o tom de voz de Joaquim.
Joaquim jogou o dinheiro de volta dentro do cofre, fechando a porta com força. Por que me perguntas uma coisa dessa? falou Joaquim com mágoa maior do que a raiva que sentia.
Eu...eu...Balbuciou Amadeu.
Sabes muito bem como vai esse cretino!
Eu não sei de nada, protestou Amadeu. Mas Joaquim não prestou atenção no que Amadeu dizia e gritou:
O vagabundo não faz nada, nem para garrafeiro ele serve. Dorme o dia inteiro e à noite sai a passear. Um homem de mais de trinta anos vivendo as custas do pai, do pai não, da mãe, que é uma cabeça d'alho chocho e tira dinheiro do meu bolso para dar a ele. Um dia eu o mato, o parasita inútil.
Eu não sabia...disse Amadeu.
(...)
Lentamente Amadeu levantou-se e, antes de sair andando com dificuldade, disse, adeus.
Joaquim ficou sentado um instante curto. Eu não sou essa pessoa, ele pensou envergonhado com a sua mesquinhez, e correu em direção a porta da rua gritando Amadeu! Amadeu! Amadeu, volta eu te dou o dinheiro!
Mas ao chegar à rua, ela estava deserta. Joaquim ainda gritou o nome do amigo algumas vezes, enquanto escorriam pelo seus rosto lágrimas abundantes e úmidas, de homem gordo e forte que era."
(FONSECA. Rubem. 64 contos de Rubem Fonseca. Cia das Letras, SP, 2005.)
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Sobre a ditadura em Cuba e nos Estados Unidos:
“Há pouco tempo, denominava-se ‘regimes totalitários’ os que tinham partido único, não admitiam qualquer oposição organizada e, em nome da razão de Estado, negligenciavam os direitos da pessoa; além disso, neles, o poder político dirigia soberanamente a totalidade das atividades da sociedade dominada.
A esses regimes, característicos dos anos 30, sucede, neste final de século, um outro tipo de totalitarismo, o dos ‘regimes globalitários’. Apoiando-se nos dogmas da globalização e do pensamento único, não admitem qualquer outra política econômica, negligenciam os direitos sociais do cidadão em nome da razão competitiva e abandonam aos mercados financeiros a direção total das atividades da sociedade dominada”. (RAMONET, Ignácio. Geopolítica do caos. Petrópolis: Vozes, 1998. pág. 57).
“... o fato de haver mais de um partido é freqüentemente considerado como um indicador de escolha política. Será que isso significa que quanto maior o número de partidos, melhor? Será que a existência de apenas um partido, mas que possibilite a escolha entre diferentes candidatos, é suficiente para a liberdade democrática? A interpretação de qualquer um desses indicadores e sua avaliação qualitativa ainda estão largamente inexploradas”. (UNESCO. Nossa diversidade criadora. Campinas: Unesco, Papirus, 1997. pág. 349)
Ataques desnecessários dos Estados Unidos, em tempos mais recentes:
“Aqui está aquilo que sabemos agora: os Estados Unidos acreditam que Cuba tem, pelo menos, um limitado trabalho de pesquisa e desenvolvimento em armas biológicas ofensivas. Cuba proporcionou tecnologia de uso dual a outros Estados fora-da-lei. Estamos cientes de que essa tecnologia pode dar suporte a programas de armas biológicas nesses Estados”. (John Bolton, subsecretário do Departamento de Estado para o Controle de Armas e Segurança Internacional, em conferência na Heritage Foudation em 6 de maio de 2002 – o mesmo que acusou o Iraque de ter armas de destruição em massa.)
“Estabelecemos que: a) em todas as instituições financeiras internacionais (FMI, Banco Mundial etc.), os EUA devem votar contra qualquer tipo de empréstimo, ajuda financeira ou emissão para Cuba. Se mesmo nessas condições é outorgado um crédito a Cuba, os EUA subtrairão a soma correspondente às suas contribuições para a respectiva instituição... b) faz-se mais estrita a proibição de importações de produtos que contenham matérias-primas cubanas (por exemplo, níquel ou açúcar) de terceiros países; c) as ajudas financeiras dos EUA para os Estados sucessores da União Soviética serão reduzidas nas mesmas quantidades em que esses países prestem auxílio a Cuba”. (Lei Helms-Burton, aprovada por Bill Clinton em 1994. Repare que ela estende a jurisdição dos tribunais dos Estados Unidos para fora das fronteiras internacionais, contradizendo princípios do direito internacional, além de explicitar a postura imperial deste país).
Sobre o que os VERDADEIROS cubanos acham do regime Socialista:
“Com o sistema político e social revolucionário estabelecido nesta Constituição, o socialismo, que sempre resistiu às agressões de todo tipo e à guerra econômica dos governos da potência imperialista mais poderosa, e que demonstrou sua capacidade de transformar o país e criar uma sociedade inteiramente nova e justa, é irrevogável. Cuba não retornará jamais ao capitalismo”. (Constitución de la República de Cuba, aprovado por REFERENDO POPULAR com 97,7% estabelecido como lei em 26 de julho de 2002).
Em resposta a difamação que a mídia constantemente faz a respeito de Fidel Castro:
“Se a política tem a ver com a arte de conseguir apoio interno e externo, ampliar e unificar a base social, concertar aliança, preservar a estabilidade do regime, debilitar ao máximo a oposição e as ameaças externas, obter o respeito inclusive dos seus inimigos, e até saber ganhar um certo halo de invencibilidade, há poucos líderes vivos com a capacidade política de Fidel Castro”. (HERNANDEZ, R. Mirar a Cuba. México: Fondo de Cultura Economica, 2002. pág. 31).
Acha Cuba um regime opressor? Acha que é governada por uns poucos privilegiados que enriquecem em cima do povo? Acha que só Fidel e seus amiguinhos que dirigem o país?
“Inclui-se nisso o milhão de militantes do Partido e da Juventude Comunista? Aos delegados ao Poder Popular nas circunscrições? Ou é só a lista de membros do Comitê Central? Acaso apenas o Bureau Político? São aqueles que desfrutam de algum privilégio, por exemplo, possuir divisas e oportunidades para comprar em lojas especiais, como é o caso dos músicos, artistas, esportistas ou técnicos que viajam freqüentemente ao estrangeiro ou os que recebem dólares dos seus parentes no exterior? Talvez sejam os membros das instituições armadas? Talvez inclua aqueles que recebem rendas anuais dezenas de vezes superiores às de um operário, como é o caso da imensa maioria dos camponeses cubanos, possivelmente os mais ricos da América Latina? São os que tomam decisões? Onde, acerca do que: no Conselho de Estado ou em uma corporação, em matéria de religião ou de agricultura?” (HERNANDEZ, R. Mirar a Cuba. México: Fondo de Cultura Economica, 2002. pág. 33).
Cuba sem Fidel não significa Cuba capitalista:
“A idéia difundida pelos sucessivos governos dos Estados Unidos após o fim da guerra fria de que o mundo entrou num processo de transição civilizacional, cujo ponto de chegada é o modelo liberal de democracia e de economia de mercado, não concebe para Cuba outro destino que não seja o da antiga União Soviética.
Instruir arbitrariamente um ponto fixo no horizonte como referência de um destino obrigatório, prometendo o paraíso aos países que seguem pela trilha correta e a descida aos infernos para os que se afastam, expressa um fundamentalismo que, na essência, não difere das teologias finalistas que de tempos em tempos assombram a humanidade com suas ameaças de ‘guerra santa’ contra os ‘infiéis’ do momento”. (AYERBE, Luis Fernando. A Revolução Cubana. São Paulo: Editora Unesp, 2003. pág 122.)
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Quarta MeiaEntrada - O básico da MPB IV
Paulinho Da Viola
"Bebadosamba"
Não senhor.
O senhor vai ouvir Paulinho da Viola.
E sabe por que Paulinho? Porque as respostas estão lá. Todas as respostas aos seus anseios de samba. O Paulinho tudo sabe e tudo te explica, quer ver?
Ta vendo? Você acha que precisa saber de mais alguma coisa sobre o amor nessa vida?
“Um mestre do verso, de olhar destemido, disse uma vez, com certa ironia:
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Veja embrulha tapioca de José Serra
A Veja vai estampar em sua capa alguma manchete indignada contra as suspeitas de uso indevido de cartões da administração de José Serra, assim como fizeram semana passada em relação ao escândalo dos cartões do governo federal? E quanto à ausência de transparência no governo Serra, alguma palavra?
Esporte, atividade física e saúde
Esporte não é droga. Pratique. Esporte é saúde. Esporte é vida. Será? Daiane dos Santos está com um problema no joelho, Guga aposentou as raquetes precocemente, Ronaldo, o Fenômeno, acaba de lesionar mais uma vez um dos joelhos, sem contar a lista de atletas que se contundem anualmente devido a divididas, entradas desleais ou simples excesso de atividade. Num país em que o futebol significa mais do que mero entretenimento e em que a noção de herói está ligada ao lugar que se ocupa no pódio, a sacralização do esporte atinge praticamente todos os veículos de comunicação. Domingo, 10 de fevereiro, no esporte Record News, houve uma entrevista interessante com um médico (infelizmente esqueci o nome dele), em que ele questionava exatamente o quanto a prática esportiva faz bem. Comentou principalmente que grande parte dos atletas profissionais não se submete a exames médicos periódicos, e falou marginalmente a respeito da imposição comercial sobre a atividade, o que expõe os atletas a riscos excessivos. Fez uma distinção interessante entre esporte e atividade física, infelizmente inexplorada pelo apresentador. O que me lembrou o falecido médico José Róiz, autor do livro Esporte Mata e que tinha uma coluna na Caros Amigos em que defendia sua polêmica tese. O livro foi proibido e o autor, acusado de promover afirmações sem sustentação. Controversas à parte, enquanto patrocinadores, empresários inescrupulosos, atletas sem outra alternativa a não ser se submeterem a jornadas e tratamentos extenuantes e uma imprensa que dá pouquíssima atenção ao “lado oculto” do esporte continuarem enredados em interesses escusos, continuaremos a assistir carreiras cada vez mais curtas e interrompidas por problemas físicos. A última vítima, contudo, não foi um atleta, mas o médico Bernardino Santi, demitido pelo Rei da CBF, Ricardo Teixeira, por lançar a hipótese de Ronaldo ter feito tratamento inadequado na Holanda, inclusive com o consumo de substâncias proibidas, o que teria aumentado seu peso de tal maneira que os joelhos não agüentaram.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Eu Faço Tudo
Bom dia a flor do dia, tem café da manhã na sua cama, se você quiser tem uma laranja na cozinha, que eu posso descascar pra você. Tem também um poema embaixo da margarida que está aí do seu lado, mas o que tem nele eu não falo, você que leia. Mas se quiser eu até leio pra você. Gostou do filme de ontem? Eu tenho muitos outros filmes aqui, tenho romances, tenho suspenses, tenho de tudo, mas se você não quiser assistir não tem problema, eu assisto “Fantasia” com você de madrugada, até telefono pro programa pra você ver, digo que sou fã do SBT e tudo mais. Não tenha pressa de ir embora agora, tome um banho, tome todo o seu café, não é todo o dia que eu faço café, não sou dessas mulheres prendadas, mas hoje estou num ótimo humor, tão bom que eu nem sei por quê. Deve ser você, deve ser esse sol que está esquentando a casa agora, deve ser a minha barriga roncando, devem ser seus olhos. Eu deixei uma toalha separada pra você no banheiro, tem sabonete novo também. Não se preocupe com ontem a noite, eu te trato bem porque eu gosto de você e se você não gosta de mim eu te entendo, a sua gentileza de dormir comigo essa noite já foi por si só mágica. Você acendeu uma coisa em mim que há muito tempo eu não sentia. Me deu vontade de fazer aquela massa que a minha avó me ensinou quando ela ainda era viva, eu te garanto, é uma delícia. Mas não se preocupe, se você não quiser ficar pra comer eu entendo, você já me deixou um presente e tanto ontem a noite. Tomou todo o café? Gostou? Eu também deixei um presente pra você nele. Se chama Cicuta. Tá, eu confesso, te amo.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Sexta do balcão literário: 2 convites bons e free.
1) CANTOS NEGREIROS
Show Literomusical com FABIANA COZZA,
ALOÍSIO MENEZES e MARCELINO FREIRE
A cada dia, na abertura, um poeta convidado
De 15 a 23 de fevereiro,
sextas e sábados, às 19 horas
ENTRADA FRANCA
Na BIBLIOTECA ALCEU AMOROSO LIMA
Rua Henrique Schaumann, 777 - Pinheiros
Dia 16:Poetas convidados: DANIEL MINCHONIe RUI MASCARENHAS
Dia 22:Poeta convidado: SÉRGIO VAZ
Dia 23:Poetas convidados: ARRUDA e EUNICE ARRUDA
mais informações é só conferir no www.eraodito.blogspot.com (blog do marcelino)
2) Vestido de Noiva - Nelson Rodrigues
Interpretação do grupo dos Satyros no Itaú Cultural até domingo às 19.30h
(é preciso chegar antes para conseguir lugar).
Sexta Light Literária: Drummond
"Pra dançar creu tem que ter disposição
Pra dançar creu tem que ter habilidade
Pois essa dança ela não é mole não
Eu venho te falar que são cinco velocidades"
(MC Creu)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Repara:
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana
Erramos
No texto Imprensa de Esquerda, o nome do pai do Vinistro é José Pedro Leite, e não Pedro Dias Leite.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Volta das Segundas-Avon
Voltando de férias e de um carnaval matador em São Luis do Paratinga, o garotinho avon cabelinho de cascão retorna ao tema Mídia aqui no Tantaprosa. E foi matador mesmo. Fiquei com sinusite, febre, pulmão zuado e dor de cabeça. Felizmente isso tudo me atacou depois da quarta-feira de cinzas. Bom, aí já tava o pó mesmo. (pegou? pegou?) Só to enchendo a cara de suco essa semana. =D
Anticurso de Jornalismo
Estão abertas as inscrições para o Anticurso de Jornalismo da Caros Amigos. Palestras com Georges Bourdoukan, Milton Severiano, José Arbex Jr., Ferréz, dentre outras feras que fazem dessa revista uma das publicações mais críticas e inteligentes da imprensa brasileira. Custo: R$ 200,00. O slogan do curso é sensacional: como não enriquecer na profissão. É bom correr, pois as palestras estão marcadas para o começo de março.
http://carosamigos.terra.com.br/
Imprensa de Esquerda
Começa a se consolidar no Brasil um mercado de publicações de esquerda. Duas revistas são fundamentais para se entender esse processo: Caros Amigos e Carta Capital. A Caros Amigos surgiu em 1997 e além de não ter sofrido nenhum percalço mais sério no caminho, lançou coleções, como a Rebeldes Brasileiros e sobre o regime militar (1964-1985), e se tornou a queridinha de estudantes de humanas e aspirantes a jornalistas. A evolução da revista Carta Capital é ilustrativa: surgiu em 1994 com periodicidade mensal, passou a ser quinzenal em 1996 e desde 2001 é semanal. Obviamente que a manutenção financeira dessas publicações é extremamente complicada. Pelo que se vê em suas páginas, a Caros Amigos sobrevive basicamente das vendas dos próprios exemplares e de verba publicitária de estatais e governos de esquerda (ou menos conservadores). Já Carta Capital, por ter parte do conteúdo voltado para o mercado, como as seções Mais-Valia e Capital S/A, tem em suas páginas anunciantes privados de peso. Em 2003 surgiu o semanário Brasil de Fato e nos últimos meses houve dois lançamentos interessantes: a revista Brasileiros e o Le Monde Diplomatique Brasil, ambos mensais. Entretanto, se há um conteúdo mais diversificado, isso mostra um limite, que por enquanto não se sabe como poderá ser superado, o da periodicidade e o do meio. Não há nenhuma publicação impressa de esquerda diária e nenhum canal de TV ou emissora de rádio com esse viés. Os jornais de rádio mais à esquerda que conheço são veiculados na Rádio 9 de Julho – sim, a católica! Chamam-se Ciranda da Comunidade, apresentado pelo pai do Vinistro, Pedro Dias Leite, e o Jornal dos Trabalhadores, realizado pela CUT. Existem, claro, as rádios comunitárias, mas devido à perseguição que sofrem ainda não conseguiram se estabelecer, o que seria fundamental para que a grande massa tivesse acesso a um conteúdo mais diversificado e democrático. A questão é se os donos do poder, aqueles que decidem as concessões, estão interessados nisso. Tudo indica que não.
Domingo: Romance II
Novo trecho d 'O avesso de Pandora, meu primeiro romance.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Domingo
O movimento preciso do medo
Então o pequeno medo perguntou a grande Putrefação:"Quem sou eu?"
Mas ela apenas se decompunha. Ele (o medo) se encolheu num canto da praça, perto do entulho que antes havia sido um coreto e onde ele próprio tocou para três ou quatro transeuntes. Ouvia já o barulho da faca sendo afiada. Gotejavam-se por ele amoras e tudo então fez sentido. "Eu sou um sentimento. Universal..." e ficou a sussurrar "Universal, universal..." por toda a noite enquanto a faca ganhava fio.
Chora tio, chora...
Uma mentira disfarçada de amizade
Um dragão que eu nunca vou enfrentar
Uma jurisdição a qual eu não tenho mais acesso
Uma obra de arte que eu não entendo
Uma fratura incurável
E oito cigarros no cinzeiro em uma hora
To fumando demais
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Sexta literária: Fernando Sabino reativa a coluna semanal
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
A culpa é de quem?
Esqueçamos por um instante os escândalos sobre os gastos públicos com os cartões de créditos federais. O assunto de hoje toca levemente esse fato, mas de maneira mais ampla, questionando-se sobre os males que as classes altas vêm ocasionando ao mundo, devido à busca frenética em manter seus privilégios e seus destrutivos modos de vida. O discurso imposto pelos veículos educacionais e midiáticos vai na contra-mão desse questionamento, imputando no inconsciente coletivo que, talvez, a culpa dos males do país (e do mundo) seja a falta de educação e consciência do pobre, do ignorante advindo das classes mais baixas. Mas um olhar atento revela um consumo em abundancia das classes médias e altas, as instruídas a comprarem para manterem-se com o status de “respeitáveis”. Basta vermos os problemas de água que assolam o Brasil (maior detentor de água doce no planeta). O consumo desenfreado costuma acontecer nas regiões mais ricas da cidade, enquanto que o racionamento perpassa as favelas e periferias. Nada mais ridículo do que suprimir o fornecimento dos pobres para garantir aos ricos o direito de lavar seus carros, encher suas piscinas, irrigar seu jardim... E o consumo de energia? Não é preciso nenhuma pesquisa do IBGE para sabermos que, uma casa no Morumbi consome mais energia que um amontoado de barracos de um cômodo com uma televisão, uma geladeira e um fogão. Também não precisamos de uma pesquisa federal para sabermos quem são os grileiros que desmatam florestas e colocam rebanhos imensos para pastar. Com certeza não é o seu Zé nem a Dona Maria. Aliás, para sobreviver entre esses escrupulosos grileiros, o tal “Seu Zé” recebe uma comidinha e uma moradia precária numa fazenda imensa, recebe seus trocados a cada arvore que derruba para o dono do rebanho, podendo gastar em dois tipos de consumo: mulher e cachaça. Desse jeito ele continua ignorante para ser explorado, e acima de tudo, feliz por beber e ter companhia de vez
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Quarta MeiaEntrada - O Fim da Delicadeza
Sou fã dos Irmãos Coen, fã mesmo. Já assisti quase tudo o que eles fizeram e gostei de quase tudo, mesmo os filmes que não obtiveram tanto sucesso, como “O Amor Custa Caro” e “Matadores de Velhinhas”. Os caras representam um cinema independente que hoje em dia está fraco, vêm de uma época onde se substituía a falta de recursos com soluções que resultassem em ação, mesmo que de forma mais teatral e não o fim da ação em troca apenas de diálogos teatrais, que é a tendência do cinema independente Estadunidense desde os anos 90. Agora coisa que eles não têm é cara de Oscar, por isso mesmo a minha aposta pra esse ano no premio da gringa é pra “Desejo e Reparação”, mesmo que provavelmente “Onde Os Fracos Não Tem Vez” seja um dos melhores filmes do ano. Ele traz os Coen com uma maturidade e um pessimismo que eu não tinha visto ainda em seus filmes. Há relações pertinentes com “Fargo” e “Arizona Nunca Mais”, como um policial que faz as coisas tranquilamente e um caçador implacável. Só que em “Onde os Fracos...” o mundo já não é mais o mesmo. Os policiais não farão milagres e os psicopatas não serão pessoas de maneiras elegantes como eram. Nesse mundo novo e violento (o filme se passa em 1980, um momento perfeito pra retratar a história ao mesmo tempo dos desmembramentos mais profundos da sociedade Estadunidense) um bom policial se vê muito mais incapaz de enfrentar ao mesmo tempo a cabeça dura de um caipira que acha 2 milhões de dólares e tenta fugir com eles, um psicopata que o caça e a máfia mexicana que caça os dois. E é claro que o policial interpretado por Tommy Lee Jones também está cansado. Esse mundo não é mais o mundo dele. E nem do caipira que acha que se for persistente e cuidadoso pode passar a perna em toda a máfia mexicana que trafica cocaína da fronteira do México para os EUA.
Esse mundo é o mundo de Anton Chigurh.
Esse é o mundo onde você não mata por interesse, não mata por ganância, não mata por medo. Você simplesmente mata. O personagem interpretado magistralmente por Javier Bardem é isso, a gênese do novo mundo. Um mundo onde as relações humanas acabaram, onde matar e morrer são conseqüências naturais de se estar em competição, onde a decadência assume a sua forma destrutiva, onde tudo faz parte de um plano asséptico, onde se vive de números e nunca de momentos. Em determinado momento do filme fiquei profundamente indignado com o caipira que pega os 2 milhões e desencadeia toda a ação do filme, mas em nenhum momento me indignei com o psicopata Anton Chigurh. Dele apenas se espera que ele faça o que ele faça. Dele apenas temos medo. Com certeza esse personagem estará entre os vilões mais perturbadores da história do cinema.