O básico da MPB VII – Caetano veloso
Transa -1972
O melhor disco que o Caetano já lançou. SÓ ISSO. O que possibilitou isso foram vários fatores: O sujeito homem estava exilado em Londres e tinha que ganhar dinheiro ou seja, tinha que fazer uma coisa boa. Estando em Londres também tinha acesso a muitas outras influencias de forma mais completa, além de ter Jards Macalé como produtor e arranjador do disco. A referencia que ele faz a “The Long Way Winding Road” dos Beatles na faixa “It’s a Long Way” é antológica. Apesar da maior parte das músicas serem em inglês, destaco a faixa “Triste Bahia”, onde o compositor musicou um poema de Gregório de Mattos com extrema felicidade. Os improvisos que se seguem nessa faixa e em outras faixas do disco também podem ser considerados de certa forma inovadores, pois fazem uma comunhão do improviso aqui já tradicional do jazz com a tradição das festas nordestinas, onde um determinado cantador improvisa um mote sobre um determinado gênero ou sobre o mesmo rítmo desfia várias cantigas folclóricas diferentes, imputando na improvisação algo novo, pelo menos para os gringos. Esse é uma disco para ser ouvido com calma e várias vezes, pela sua riqueza em detalhes, além de importancia que ele tem na própria formação do Caetano, pois a partir daí ele passa a gravar os violões em suas músicas, o que ele não fazia antes do exílio, pois como não era considerado um bom instrumentista pelo produtores brasileiros e não tocava violão de uma forma tradicional. O título do disco é uma resposta irônica aos militares que, ao permitirem que Caetano viesse ao Brasil em 1971 para assistir a festa de 40 de casamento dos seus pais, pediram que ele compusesse uma música em homenagem a rodovia Transamazônica, que estava sendo construída. Básico porque a música brasileira de hoje é 60% Caetano Veloso (raríssimos os artistas que não tenham sido influenciados por ele) e “Transa” é 90% do que Caetano se tornaria nos anos 70 e 80 do século XX.
4 comentários:
"música brasileira de hoje é 60% Caetano Veloso"
Tudo, tudo bom , mas qu bom que estou nos 40%...
Realmente esse disco é muito bom! E o estrangeiro? (piada interna)
Não se esqueçam que eu me refiro ao Caetano dos anos 70 e começo dos 80, e jamais ao clone que substituiu o cara nos anos 90 em diante.
ainda bem que você postou esse seu comentário do clone dos nos 90...pouco conheço de Caetano, mas me conforta saber que ele foi bom antes...
beijos
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