Eu até que ia adorar falar das revoltas na Argentina onde a população pobre é feita de massa de manobra para garantir que a lucratividade dos grandes ruralistas não seja comida pelo governo, mas nosso querido Elton acabou por fazer um post muito esclarecedor a meu ver, capaz de incitar o pensamento dos mais críticos a tirarem suas próprias conclusões. Também poderia fazer uma boa postagem sobre o escândalo do “dossiê FHC” no governo, mas quer saber? Dane-se. Todos sabemos no que vai dar isso tudo, que ninguém vai ser investigado porcaria nenhuma, e que até 2010 muitas águas vão rolar trazendo à tona novas denuncias e revelando alguns “aloprados” no processo político brasileiro. Preferi falar de uma noticia recente que saiu num jornalzinho pouco lido fora da cúpula uspiana – O Jornal do Campus.
A parte da reitoria responsável pelo cuidado com os cursos de graduação da USP publicou as estatísticas referentes ao desempenho dos alunos ingressantes no ano de 2007. Dentre algumas surpresas, o que foi revelado é que os alunos de graduação dos cursos de Humanidades são os que tiram as melhores notas e apresentam os melhores desempenhos lá dentro. É pessoal, aqueles caras cabeludos, fedidos e maconheiros dos cursos de Humanas são os que mais conseguem notas altas na maior universidade do país. Mas não é esse o ponto que mais me chamou atenção. O que vale a pena destacar nas tais estatísticas é o índice de desempenho acadêmico apresentados pelos alunos provenientes das escolas públicas que foram beneficiados pelo chamado “Inclusp”, um programa que concede bônus à nota do vestibular do candidato proveniente dessas instituições. E adivinhem? Sim, o rendimento deles foi maior do que os estudantes que não receberam o bônus! Mas Ministro, que diabos isso significa, além de mostrar que eles estudaram mais que os outros? Significa que os alunos que não passariam no vestibular sem o bônus não são incapazes de freqüentar a Universidade Pública. Em outras palavras, o vestibular não se mostra como alternativa válida para medir a capacidade de alguém de freqüentar ou não uma faculdade. Ele não serve nem como questão de medir mérito (a tal da meritocracia que os defensores do exame tanto pregam), afinal as estatísticas mostram exatamente que, mesmo advindos de um ensino inferior, esses alunos possuem mais mérito (em notas) na Universidade do que os demais. Sendo mais explicito ainda, vestibular serve para barrar pobre e negro, afinal eles podem até ter mais mérito, mas mesmo assim não conseguirão entrar. Esperava-se, contudo, que a pesquisa fomentasse uma visão critica da pró-reitoria de graduação da USP à respeito da Fuvest. Ledo engano senhores. As palavras do órgão negam a contradição do vestibular na seguinte frase: “elas reforçam a idéia de que os que ingressaram pelo Inclusp têm tanto mérito acadêmico quanto os demais”. Então eu pergunto, se eles possuem o mesmo mérito, porque precisaram do tal bônus?
Frase do dia: "O Brasi não é para principiantes" - Tom Jobim
A parte da reitoria responsável pelo cuidado com os cursos de graduação da USP publicou as estatísticas referentes ao desempenho dos alunos ingressantes no ano de 2007. Dentre algumas surpresas, o que foi revelado é que os alunos de graduação dos cursos de Humanidades são os que tiram as melhores notas e apresentam os melhores desempenhos lá dentro. É pessoal, aqueles caras cabeludos, fedidos e maconheiros dos cursos de Humanas são os que mais conseguem notas altas na maior universidade do país. Mas não é esse o ponto que mais me chamou atenção. O que vale a pena destacar nas tais estatísticas é o índice de desempenho acadêmico apresentados pelos alunos provenientes das escolas públicas que foram beneficiados pelo chamado “Inclusp”, um programa que concede bônus à nota do vestibular do candidato proveniente dessas instituições. E adivinhem? Sim, o rendimento deles foi maior do que os estudantes que não receberam o bônus! Mas Ministro, que diabos isso significa, além de mostrar que eles estudaram mais que os outros? Significa que os alunos que não passariam no vestibular sem o bônus não são incapazes de freqüentar a Universidade Pública. Em outras palavras, o vestibular não se mostra como alternativa válida para medir a capacidade de alguém de freqüentar ou não uma faculdade. Ele não serve nem como questão de medir mérito (a tal da meritocracia que os defensores do exame tanto pregam), afinal as estatísticas mostram exatamente que, mesmo advindos de um ensino inferior, esses alunos possuem mais mérito (em notas) na Universidade do que os demais. Sendo mais explicito ainda, vestibular serve para barrar pobre e negro, afinal eles podem até ter mais mérito, mas mesmo assim não conseguirão entrar. Esperava-se, contudo, que a pesquisa fomentasse uma visão critica da pró-reitoria de graduação da USP à respeito da Fuvest. Ledo engano senhores. As palavras do órgão negam a contradição do vestibular na seguinte frase: “elas reforçam a idéia de que os que ingressaram pelo Inclusp têm tanto mérito acadêmico quanto os demais”. Então eu pergunto, se eles possuem o mesmo mérito, porque precisaram do tal bônus?
Frase do dia: "O Brasi não é para principiantes" - Tom Jobim
3 comentários:
Não acho que o vestibular tem que acabar. Existem cursos que ele funciona perfeitamente, como Engenharia por exemplo. Um aluno que não saiba matematica, ou que tenha dificuldades nela não conseguiria frequentar o curso.
É... mais ou menos. Acho que é necessário um minimo de conhecimentos adquiridos no ensino primario e secundario para se frequentar uma faculdade (dã, óbvio rs)... mas o que tento expor é que o vestibular, do jeito que está formulado, não está servindo para medir mérito. Sei lá... o problema ainda é a fraca educação publica dos ensinos médio e fundamental... isso precisa ser corrigido. Mas o vestibular deveria levar em conta outras coisas além de conhecimento bruto. O Histórico Escolar por exemplo, poderia somar pontos á nota do dito. (uma hipótese).
Há quem diga que os barbudos tiram notas altas pq fazem cursos mais "fáceis" e que a área de exatas seria mais "difícl." Sei não... Pode-se fazer um raciocínio inverso: se na área de humanas predomina a subjetividade, teorias, filiações políticas, teoricamente é mto mais difícil saber o que o professor "quer" do que numa disciplina de exatas. Mas isso são só especulações, já tem gente que diz que até na teorias químicas, físicas e matemáticas tem ideologia...
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