(Cartum do Allan Sieber)
Meu primeiro round tá assim:
Vamos ver como eu me saio nas próximas semanas...
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Aprendendo com o Tio Allan a parar de fumar
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Impressões
Ah viagens! Nada como uma boa viagem para me revigorar dessa selva tecnocrata que é São Paulo. Acabo de voltar do Rio, e a despeito de dengues e assaltos eu simplesmente adoro a cidade. No Rio as coisas são todas um pouco desorganizadas. Ao contrário de São Paulo em que cada tribo freqüenta uma região diferente, os cariocas se misturam e produzem verdadeiras cenas surreais em suas ruas. Reflexo da própria arquitetura da cidade, com construções modernistas e românticas lado a lado. Florestas dividem espaços com shoppings, montes de pedras com casas, produzindo uma sensação de estranheza à quem não é da cidade. Sensação essa agradável, mas não menos impactante. A despeito da miséria ser bem mais visível no Rio (quem tem medo de pobre?) e infelizmente eu não poder sair sozinho sem atrair muita atenção, sou apaixonado pela atmosfera boêmia e desleixada do lugar. Já pensei mesmo em morar por lá, em conviver com o povo carismático e bem mais aberto que os enrustidos paulistas, mas sei que minhas preocupações não se apartariam ao ver a grande desigualdade que assola a cidade. Enfim, prefiro visitar esporadicamente, experimentando sempre a sensação de estranheza que curto nas viagens que faço. Alguns momentos que valeram boa diversão foram o Funk carioca na Lapa (o tal de Fuck Funk), com entrada de R$1,00 (!), assistir a final de campeonato no Maracanã (com desconhecidos se abraçando e dançando crééééééu para a torcida do Fluminense), visitar a favela da Maré, comer a pizza carioca (e sentir saudades de casa), tomar de assalto a cidade de Conservatória (com cerca de 3000 habitantes) e claro, fazer tudo isso com 140 amigos bebendo cachaça Claudionor...
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Quarta MeiaEntrada na Virada Cultural
Primeira coisa: Todas as capitais do Brasil deviam ter uma Virada dessa, não é tão difícil de fazer quanto parece e os resultados são bem interessantes do ponto de vista de revitalização do centro da cidade. Tendo em vista que a maioria dos centros das nossas capitais estão próximos do estado de degradação que se encontra o centrão paulistano, é algo que deveria ser pensado, sem contar que do ponto de vista governamental (não se essa é a palavra certa) é uma boa forma de incentivar o turismo interno.
Segunda coisa: A exemplo do que será feito esse ano, seria uma ótima idéia convidar também artistas estrangeiros para participar do evento, claro que considerando que você mantenha o espaço para vários artistas da cena independente paulistana participarem em palcos reservados só para eles.
Agora, antes de um breve roteiro dos shows que eu recomendo e que provavelmente irei ver por lá, não poderia deixar de falar de algumas coisas que vão acontecer e que também valem muito a pena, como o show do Luis Melodia as 18h no Teatro Municipal, Arismar De Espírito Santo no palco do piano, Zé Ramalho na São João e as sessões de cinema no Cine Olido coordenadas pelo Carlos Reichenbach, onde o tema será filmes sobre Vampiras, e aqui meu único protesto: Dentre todos os excelentes filme que ele programou, me entristece muito saber que um dos maiores clássicos do gênero, o filme “Rosas de Sangue” de Roger Vadim não estará na programação.
Agora, o meu roteiro:
As 18h na São João a Deusa Caboverdiana Cesária Évora, a Rainha da Morna.
As 21h no Teatro Municipal Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos executando o disco “Dança das Cabeças”, um dos maiores clássicos da música instrumental do século XX.
0h, minha única dúvida: Assistir grande promessa da música paulistana Andréia Dias ou ver o que será que o Zé Celso Martinez Corrêa aprontará com um PIANO no palco destinado justamente a esse instrumento?
As 3h Maria Alcina. Ela é só a melhor interprete da música “Fio Maravilha” do Jorge Ben. Isso já é mais do suficiente pra ir ver o show dessa extraordinária cantora.
As 8h Záfrica Brasil. Rap de muita, mas muita, mas muita qualidade.
12:30h tem Vasco Faé no Palco de Blues, grande gaitista que já tocou no Blues Etílicos e que faz um Fusion de ótima qualidade, acompanhado na percussão pelo meu parceiro que é o melhor percussionista do ABC: Fabio “Azeitona” Daros (quebra tudo, Azeitona!!!!!)
As 16:15h, vou de Bocato, o grande trombonista. Promessa de Jaaaaaaaaazz!
As 18h pra encerrar... TETÊ TETERETÊ!!!!! Jorge Ben Jor.
E é isso, boa festa pra todos, a gente se tromba no centrão. Mais informações sobre outros shows( e são muitos), horários e locais aqui no site da Virada.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Quinze Minutos
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Quarta MeiaEntrada - O que é o amor hoje em dia na música brasileira?
terça-feira, 15 de abril de 2008
Micro Terça Mochilão
Uma Charge Vale Mais do Que Mil Palavras!!!
Taí a minha opinião sobre os protestos pela libertação do Tibete que vêm acontecendo durante a passagem da tocha olímpica pelo mundo.
Idas e Vindas
Aviso aos leitores!!!
-O nosso querido Elton-Garotinho-Avon está entrando em recesso por tempo indeterminado devido a questões particulares e a nossa Segunda-Avon passará por algumas reformulações em decorrência disso.
- Em compensação, a Terça-Mochilão da Carol "Eu quero o meu guaraná Jesus!" Marossi está voltando logo logo...aguardem e verão..
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Confusão Público X Privado – O Caso UNB
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Quarta MeiaEntrada
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Tucano canta de galo, e põe fogo no ninho
Ao declarar que teve acesso a cópia do dossiê e que fora uma das fontes da revista Veja, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) fez “um gol contra”, como lamentou editorial do Estadão. A oposição colocava o governo nas cordas, FHC exigia a demissão de quem o teria produzido e eis que Álvaro Dias tenta cantar de galo e acaba favorecendo a argumentação do governo de que haveria um complô. Um bom resumo da história toda e das implicações do caso está no site da Carta Capital.
“Existe relação entre a ministra e o vazamento das informações? A Folha de S.Paulo de sexta-feira 28 de março afirmou em manchete que o braço direito de Dilma, Erenice Guerra, secretária-executiva da Casa Civil, teria sido a responsável pelo suposto dossiê, mas não apresentou nenhuma prova contra a funcionária. E, por último, o mais relevante: quem pinçou as informações sobre os gastos de Fernando Henrique Cardoso e de sua mulher, dona Ruth, do banco de dados da Casa Civil? Ou seja, se existe um dossiê, quem o fabricou?”
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=594
A questão é saber se houve vazamento de informação ou espionagem. Não sou especialista em área criminal, mas pelo que li o responsável pela divulgação dos dados sigilosos pode pegar de 1 a 4 anos de prisão. Carol, Julia?
Acabou-se o que era doce
Ontem a Folha publicou a última coluna de Mário Magalhães como ombudsman do jornal. O relato de sua saída é belíssimo e expõe os dilemas por que passam uma publicação que expõe a crítica que faz a si mesmo. O contrato com ele poderia ser renovado por mais um ano, mas a Folha condicionou sua permanência ao fim da exposição da crítica diária na Internet, ao que o jornalista foi contra. A coluna dominical do ombudsman permanece, mas a Folha retrocede ao impedir o acesso dos leitores à crítica diária.
O observatório da imprensa comentou
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/blogs.asp?id_blog=3&id={2446BA0E-8D1F-4383-B3DA-8FDFDCEC3D87}
Em minha humilde opinião (se é que ela tem alguma importância), o Mario Magalhães fez um bom trabalho.
Contudo, com o Conversa-Afiada fora do ar, o blog do Mino desativado e agora essa da Folha, a idéia de que a Internet é um “meio democrático” deve ser bastante relativizada.
domingo, 6 de abril de 2008
A curva da praça: proposição do novo
Pessoal, divulgação do evento que vai acontecer na praça floriano peixoto no próximo sábado.
Participação especial do Tio Vinix e percurssão, apresentação de índios da barragem e morro da saudade, artesanato hippie, som, poesia, carlos galdino, rui mascarenhas, monólogos em cena e possibilidades...
por favor divulguem e compareçam, a praça não é longe, só pegar o Terminal Santo Amaro e em 25 minutos chegar (sábado sem trânsito): longe é o ato de não tocar na mão de um cachaceiro com uma faca na mão.
artes, ou o espetáculo com sangue diário?
quinta-feira, 3 de abril de 2008
A Esfinge da Universidade Pública
A parte da reitoria responsável pelo cuidado com os cursos de graduação da USP publicou as estatísticas referentes ao desempenho dos alunos ingressantes no ano de 2007. Dentre algumas surpresas, o que foi revelado é que os alunos de graduação dos cursos de Humanidades são os que tiram as melhores notas e apresentam os melhores desempenhos lá dentro. É pessoal, aqueles caras cabeludos, fedidos e maconheiros dos cursos de Humanas são os que mais conseguem notas altas na maior universidade do país. Mas não é esse o ponto que mais me chamou atenção. O que vale a pena destacar nas tais estatísticas é o índice de desempenho acadêmico apresentados pelos alunos provenientes das escolas públicas que foram beneficiados pelo chamado “Inclusp”, um programa que concede bônus à nota do vestibular do candidato proveniente dessas instituições. E adivinhem? Sim, o rendimento deles foi maior do que os estudantes que não receberam o bônus! Mas Ministro, que diabos isso significa, além de mostrar que eles estudaram mais que os outros? Significa que os alunos que não passariam no vestibular sem o bônus não são incapazes de freqüentar a Universidade Pública. Em outras palavras, o vestibular não se mostra como alternativa válida para medir a capacidade de alguém de freqüentar ou não uma faculdade. Ele não serve nem como questão de medir mérito (a tal da meritocracia que os defensores do exame tanto pregam), afinal as estatísticas mostram exatamente que, mesmo advindos de um ensino inferior, esses alunos possuem mais mérito (em notas) na Universidade do que os demais. Sendo mais explicito ainda, vestibular serve para barrar pobre e negro, afinal eles podem até ter mais mérito, mas mesmo assim não conseguirão entrar. Esperava-se, contudo, que a pesquisa fomentasse uma visão critica da pró-reitoria de graduação da USP à respeito da Fuvest. Ledo engano senhores. As palavras do órgão negam a contradição do vestibular na seguinte frase: “elas reforçam a idéia de que os que ingressaram pelo Inclusp têm tanto mérito acadêmico quanto os demais”. Então eu pergunto, se eles possuem o mesmo mérito, porque precisaram do tal bônus?
Frase do dia: "O Brasi não é para principiantes" - Tom Jobim
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Quarta-meia entrada: recomendações
Como o Tio está sem acesso a computador, aqui vão algumas dicas que ele pediu para colocar no blog:
Da mostra de documentários É Tudo Verdade, recomendamos Tirando o Capuz, que trata de crimes de tortura cometidos pelos EUA, no bojo da "Guerra ao Terror", e Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei - que aborda a história da ascensão e queda de Wilson Simonal (que era muito melhor do que o filho, o Simoninha).
http://www.itsalltrue.com.br/2008/
E hoje à noite, na TV Cultura, vai ao ar um show histórico de Itamar Assumpção, devidamente acompanhado de sua banda Isca de Polícia. Gravado em 1983, é uma rara oportunidade de assistirmos ao Nego Dito na TV e percebermos por que ele é considerado um dos ícones da música independente no Brasil. Morreu praticamente no anonimato.
20h00 - Programa Repertório Popular - TV Cultura
terça-feira, 1 de abril de 2008
Ausência – Terça-Mochilão com toque de Segunda-Avon
Devido a compromissos com o Judiciário- fui convocado para ser jurado- e pessoais –burocracia universitária e pesquisa na biblioteca da Eca, que não abre as sábados- a coluna não foi ao ar ontem. Mas hoje ela vem com um toque de terça-mochilão, para relembrar um pouco nossa querida Carol Marossi.
A Bola da Vez
Conforme antecipado por esta coluna (huahuahua), Dilma Roussef está no olho do furação. No dia em que saiu o laudo sobre a cratera do Metrô diagnosticando que o acidente foi uma “fatalidade”, preferiu-se dar destaque ao dossiê do “braço direito de Dilma”.
Entretanto, do ombudsman da Folha, domingo:
“O vazamento das 13 páginas pode ter sido obra de petistas, aloprados ou não? Pode. Em 2006, com a reeleição de Lula nas mãos, a ambição de ganhar também o pleito paulista produziu o escândalo que contribuiu para empurrar a eleição presidencial ao segundo turno.
As 13 páginas também podem ter sido obra de quem queria desgastar o governo e reanimar a CPI dos Cartões. Ou, mais especificamente, ferir a ministra Dilma, que está longe de ser a candidata preferida do PT e de setores do Planalto para 2010.”
E do blog do Nassif:
“Tanto na matéria da Folha quanto da Veja, não havia uma indicação nem de onde veio o tal dossiê, nem quem foi chantageado por ele. E essa ausência absoluta de informações acende a luz amarela em qualquer jornalista com experiência em reportagem investigativa.”
Piquetes, panelaços e a Recoleta na rua.
Considerações sobre a cobertura do panelaço contra Cristina Kirchner.
O Pagina 12 chamou de lockout, deu destaque ao pronunciamento de Cristina Kirchner, viu um caráter classista no movimento, encabeçado pelos grandes proprietários de terra, que estariam utilizando os pequenos e médios de testas-de-ferro. Reforça a sensação de uma orquestração pelo alto a adesão da zona norte de Buenos Aires, com destaque para o bairro nobre da Recoleta.
http://www.pagina12.com.ar/diario/elpais/1-101318-2008-03-26.html
Destacou a opinião de Mario Weinfeld, que, apesar de algumas ressalvas, apoiou Crsistina Kirchner.
“Así las cosas, en la lectura de este cronista, en su sesgo general, el Gobierno tiene razón en defender las líneas maestras de su política económica que fue convalidada por un margen amplio en las elecciones de octubre pasado.” http://www.pagina12.com.ar/diario/elpais/subnotas/101318-31920-2008-03-26.html
O La Nación priorizou o ponto de vista dos ruralistas, o apoio espontâneo que receberam e nomeou o movimento de a “maior greve do campo”. Em editorial, apesar de condenar os métodos dos ruralistas, jogou a culpa no “Estado voraz e insaciable, que hace pagar al campo el costo de sus arbitrariedades.”
http://www.lanacion.com.ar/EdicionImpresa/politica/nota.asp?nota_id=998754&pid=4181155&toi=5800&pid=4181155&toi=5800
O Clarín destacou o “apoio da cidade ao campo” e o “Panelaço após duro discurso de Kirchner.” E descreveu os confrontos na Praça de Maio entre “piqueteros oficialistas” e “manifestantes.” Destaque para Elisa Carrió, que responsabilizou Cristina e sua fala “violenta.”
http://www.clarin.com/diario/2008/03/26/index_ei.html
Não dá pra entender a Carrió, se ela é de esquerda por que condena a fala de Cristina, que criticou justamente o comportamento dos proprietários?
No Brasil, a Folha foi na mesma toada: “Discurso de Cristina inflama greve.”
A BBC falou em “greve dos agricultores” [farmer’s strike] e dos protestos de manifestantes que, logo após a fala de Cristina Kirchner, foram às ruas contra a Presidente.
Na página principal, não deu nenhuma linha sobre os piqueteiros favoráveis às medidas.
http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7314067.stm
Só na BBC Brasil.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080325_argentinaprotestos_mc_ac.shtml
Já o UOL priorizou a pancadaria:
"Panelaço" provoca confronto entre partidários e opositores de Kirchner.
E, seguindo o La Nación, classificou o movimento ruralista de greve.
http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/03/26/ult35u58845.jhtm
Segundo o El País, os “Ecos de um panelaço histórico” resultaram numa busca desenfreada da população por carne e leite, o risco iminente de desabastecimento e o “apoio massivo” [multitudinario respaldo] de todo o país aos ruralistas.
http://www.elpais.com/articulo/internacional/Buenos/Aires/amanece/carne/eco/cacerolazos/elppgl/20080326elpepuint_13/Tes
O ombudsman da Folha foi certeiro:
“Que eu saiba, greve de empresário tem outro nome, locaute.”
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ombudsman/criticadiaria/ult10000u386025.shtml
E Celso Ming, no Estadão de 27/03/08, também classificou de locaute e relembrou a tática histórica do empresariado latino-americano de promover paralisações como estratégia de desestabilizar governos, como no caso de Salvador Allende. Entretanto, Ming diz que não é esse o caso. Como diz o Leandro, a primeira atitude é negar.
E a correspondente da Folha em Buenos Aires, depois do puxão de orelha do ombudsman, na edição seguinte passou a classificar movimento dos ruralistas de locaute.
Conclusão, infelizmente não temos um jornal como Página 12 no Brasil.