Na semana em que o Blog estréia morrem Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni. No mínimo eu tenho que falar alguma coisa. Então digo:
“Fanny e Alexander”
“Profissão Repórter”
Assistam e paguem um pau. O resto é xampu da Avon. E aí quem manja é o Elton.
Agora a grande pergunta: Algum Canal aberto vai passar algum filme de um dos dois?
Aí o peão que está assistindo o Jornal Nacional e vê uma nota sobre os dois falecimentos se pergunta, depois da reportagem: “O que me importa saber de uns caras que eu nunca nem ouvi falar e nunca passaram nem sessão da tarde quem dirá num Supercine?”
E ele tem toda a razão.
terça-feira, 31 de julho de 2007
Em Tempo
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Freqüência modulada mais pobre
Por mais que digam que o estatuto da Rádio Cultura FM prevê apenas a divulgação de “música erudita”, o corte de programas que não se enquadravam nessa categoria vai deixar muitos órfãos. Destaco a exclusão dos jazzísticos Jazz Concert e Linha Imaginária, e do excepcional Veredas. Que eu saiba, apenas a Eldorado FM e a Rádio USP FM possuem programas voltados ao Jazz, o que é muito pouco para um gênero tão variado. Quanto ao Veredas, nenhum programa nas FMs se comparam a ele. A apresentação de músicas tradicionais de várias regiões do país contribuía para que estudantes, pesquisadores ou simples curiosos travassem contato com nossa rica cultura musical, que sofre um revés tremendo, justamente de uma rádio pública. Onde mais poderemos ouvir cânticos de escravos, comunidades ribeirinhas, jongos, cocos e maracatus rurais?
Artigos e informações interessantes sobre as mudanças na Cultura FM podem ser encontrados no site do Observatório da Imprensa http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/ e na comunidade da própria rádio no orkut http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=288678
Com muito orgulho, com muito amor
No último dia dos Jogos Pan-Americanos tivemos a exata medida do que foi a cobertura televisa do evento. Na Band, entre a maratona e a final do basquete, entra um resumo do dia anterior, com destaque para a ginástica rítmica. A repórter abre seu texto com o clichê dos clichês, dizendo que a canadense se superou (quem não se supera numa disputa?), e o finaliza com a afirmação de que o Brasil tem 100% de aproveitamento na modalidade em conjunto. A equipe nacional conquistou a medalha de ouro nas últimas 3 edições do Pan - um corte totalmente arbitrário, com intuito claro de demonstrar nossa “supremacia” na modalidade. Entretanto, fora algumas notícias na mídia impressa, nenhum comentário com relação ao fato de os EUA terem enviado seus times de segunda ou terceira linha para disputar diversas modalidades, como bem lembraram José Trajano e Juca Kfouri na Caros Amigos de junho.
Já na Globo, durante a final do basquete, para Hortência o Pan no Rio foi um “show de organização, da torcida, tudo”. Para Galvão, durante esses dias pouco se ouviu falar em outra coisa que não fossem os jogos, como se fora das arenas e das vilas olímpicas a paz e a segurança reinassem em absoluto - o complexo do alemão que o diga.
O Brasil massacrou Porto Rico na final do basquete, levou o ouro e, segundo o nosso locutor, “não poderia terminar melhor”.
R$ 3,7 bilhões de gastos e nenhuma informação na TV com relação às promessas iniciais de melhoras que adviriam com o Pan, nadica de nada.
O PAC prevê R$ 3,8 bilhões para o Rio de Janeiro. Vamos ver quanto e como serão gastos.
Segunda-Avon
O título dessa seção é uma piada feita pelos colegas de blog com o autor destas linhas. Alguns anos atrás, eu e o Vinix, também colaborador do Tanta Prosa, fomos ao aniversário de uma amiga nossa, comemorado no O’malley’s. Na época eu tinha um cabelo enorme, estilo black-power, e lá pelas tantas eu já estava conversando com uma das convivas a respeito de cremes e musses para cabelo. Posteriormente acabamos tendo breves encontros. Numa outra feita, dessa vez com a presença de Ivan, outro colaborador do blog, tentei utilizar o mesmo expediente para uma “conversa” com uma das garotas que nos acompanhava. Retumbante fracasso. Quando surgiu a idéia de montarmos um blog coletivo, com seções específicas pra cada um, achei a idéia bacana e logo algum engraçadinho gritou: o Elton pode falar de mídia e o título da seção dele bem que ficaria legal como Segunda-Avon, o cara só sabe falar de shampoo! O melhor de tudo é que as sugestões foram proferidas no meio do lançamento de um livro de Ana Rüsche e, claro, fui motivo de piada para alguns desconhecidos. Mas resolvi abraçar a idéia, com título e tudo, afinal, em tempos de sociedade do espetáculo muitas vezes a mídia mais dramatiza do que informa. Noutras se atém ao superficial e esquece do essencial. Não terei a pretensão de dar furos ou escrever ensaios que repensem o papel da mídia no Brasil e no mundo. Apenas quero compartilhar algumas coisas que vemos e ouvimos diariamente em jornais, revistas, rádios e Internet. Pensando bem, o título de Segunda-Avon não fica mal para essa seção. Há muita perfumaria na mídia.